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A partir de 1º de janeiro, Premier League será posta à prova pelo Brexit

Quatro anos e meio após o referendo sobre o Brexit, a Premier League terá de se adaptar a partir do dia 1° de janeiro às novas regras do jogo que vão surgindo, especialmente em termos de transferências, embora alguns clubes esperem ter encontrado a solução

AFP
24/12/2020 às 19:19.
Atualizado em 24/03/2022 às 00:12

Quatro anos e meio após o referendo sobre o Brexit, a Premier League terá de se adaptar a partir do dia 1° de janeiro às novas regras do jogo que vão surgindo, especialmente em termos de transferências, embora alguns clubes esperem ter encontrado a solução.

Nos últimos anos, o peso dos jogadores com o selo da União Europeia no campeonato inglês só tem crescido.

Segundo um estudo do Observatório de Futebol do Centro Internacional de Estudos do Esporte (CIES), de março de 2019, a proporção de minutos jogados por jogadores de futebol da Europa continental passou de 36% para 45% entre a temporada 2009/2010 e a temporada 2018/2019, e a proporção de gols marcados de 39,2% para 43,3%.

Uma tendência que deve ser atenuada ou até mesmo revertida a partir de janeiro, para permitir a livre circulação dos jogadores.

Desde o referendo de 23 de junho de 2016, os clubes já sentiram um primeiro efeito importante com o derretimento de seu poder aquisitivo.

A libra esterlina, que valia 1,3072 euros no dia da votação, hoje vale cerca de 1,11 euros.

Mais caros, os jogadores europeus também estarão sujeitos a partir de 1º de janeiro, como africanos, sul-americanos e asiáticos, a obter uma autorização de trabalho atribuída com base em um sistema de pontos baseado em sua experiência internacional, o nível de seu clube de origem e seus resultados.

Este sistema permitirá à Premier League "seguir sendo capaz de contratar os melhores jogadores para continuar a ser competitiva e estimulante", quer acreditar o seu presidente, Richard Masters.

Mas afetará especialmente clubes menores ou escoceses que adquirem jogadores em ascensão, em vez de astros consolidados.

Há uma comissão independente que pode concordar com uma isenção, mas com este sistema, as contratações por parte do Leicester de Riyad Mahrez (que veio do Le Havre em 2014) ou de N"Golo Kanté (vindo do Caen em 2015) não teriam sido possíveis.

"Sem dúvida, olharemos mais para o mercado britânico do que para outro lugar. Acho que depois do final do ano será difícil trazer jogadores do continente", reconheceu o técnico do Celtic Glasgow, Neil Lennon.

Os clubes britânicos, mais uma vez sujeitos às regras da Fifa, também não poderão contratar jogadores menores de idade.

Não serão mais vistos desembarcando na ilha, jogadores como Cesc Fábregas e Paul Pogba, aos 16 anos de idade, e o número de jogadores estrangeiros de 18 a 21 que uma equipe pode contratar será limitado a seis por ano.

Uma importante fonte de renda regular que vai desaparecer em alguns clubes.

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