INTERNACIONAL

A pandemia que encurrala Trump no final de seu mandato

A covid-19 tem marcado o fim do mandato de Donald Trump, que, depois de minimizar o coronavírus e se fazer de surdo aos cientistas, testou positivo um mês antes da eleição presidencial nos Estados Unidos

AFP
02/10/2020 às 11:15.
Atualizado em 24/03/2022 às 11:16

A covid-19 tem marcado o fim do mandato de Donald Trump, que, depois de minimizar o coronavírus e se fazer de surdo aos cientistas, testou positivo um mês antes da eleição presidencial nos Estados Unidos.

O presidente anunciou nesta sexta-feira (2), no Twitter, que ele e a primeira-dama, Melania Trump, testaram positivo para a covid-19.

Algumas horas antes, uma de suas colaboradoras mais próximas, Hope Hicks, também ligada à primeira-dama, havia testado positivo.

O coronavírus transtornou completamente a Presidência de Trump, hoje em posição delicada em relação a seu rival nas eleições de 3 de novembro, o democrata Joe Biden.

Donald Trump falou pela primeira vez sobre o novo coronavírus em 22 de janeiro de 2020, durante sua visita ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

"Temos controle total da situação. Esta é uma coisa da China. Nós estamos no controle. Tudo ficará bem", afirmou na ocasião.

O presidente republicano minimizou repetidamente a gravidade da pandemia, alegando que o vírus não resistiria ao calor do verão. "No geral, vai desaparecer em abril", disse ele, em fevereiro.

De acordo com o jornal "The Washington Post", que reuniu as declarações do presidente sobre a covid-19, Trump disse 34 vezes que o coronavírus desapareceria naturalmente.

Dado o avanço da pandemia, porém, o presidente viu a maioria dos governadores e das autoridades locais imporem quarentenas para impedir a propagação do vírus.

Em meados de março, o país foi paralisando, gradualmente. As escolas foram fechadas, e o intercâmbio com o restante do mundo, drasticamente reduzido.

A economia afundou e, com ela, um dos principais argumentos do presidente para ganhar a eleição presidencial.

No primeiro encontro frente a frente com Biden, realizado na noite de terça-feira (29), Trump afirmou que construiu "a melhor economia da história". Mas isso foi antes da pandemia.

Desde o início da crise, Trump propôs tratamentos não comprovados para a covid-19, como a hidroxicloroquina, um medicamento usado contra a malária. Em 28 de março, a Casa Branca anunciou sua autorização de emergência.

No final de maio, o presidente garantiu que até ele tomava esse remédio de forma preventiva: "Sim, estou tomando há uma semana e meia (...) e ainda estou aqui!".

A autorização da agência de medicamentos dos Estados Unidos (FDA) foi posteriormente revogada, mas Trump não cedeu e continuou a promover esse tratamento.

Esse episódio foi a confirmação da mensagem contraditória que o presidente dava sobre a crise.

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