As áreas marítimas com redução de oxigênio, um fenômeno agravado pela mudança climática, dobraram na Dinamarca no ano passado, segundo um relatório acadêmico divulgado sexta-feira (28)
As áreas marítimas com redução de oxigênio, um fenômeno agravado pela mudança climática, dobraram na Dinamarca no ano passado, segundo um relatório acadêmico divulgado sexta-feira (28).
Nesse país escandinavo, que tem mais de 400 ilhas e cerca de 5.000 quilômetros de costa, "a área total afetada pela depleção de oxigênio nas águas interiores dinamarquesas (...) era de cerca de 3.300 km2 em meados de agosto", alertou o Centro Nacional para a Energia e o Clima da Universidade de Aarhus (DCE).
Isso representa uma área "duas vezes maior do que em 2019", acrescentou o relatório da Universidade Aarhus, sobre um fenômeno que ocorre com frequência em costas e mares semifechados.
De acordo com o DCE, neste ano o clima dinamarquês favoreceu a perda de oxigênio no mar com "chuvas constantes no início do ano, e com isso uma maior contribuição de matéria orgânica e nutrientes, altas temperaturas em águas profundas e principalmente com ventos pouco intensos durante a segunda metade da primavera".
"O aumento da temperatura reduz a solubilidade do oxigênio e as fracas rajadas de vento limitam sua circulação da superfície para o fundo do mar, o que favorece a perda de oxigênio.
Essa situação teve "graves consequências para a fauna, as plantas e para os peixes de algumas áreas e pode piorar" nos próximos meses, alerta o DCE.
Um relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) já havia alertado no ano passado uma queda de 2% nos níveis de oxigênio nos oceanos entre 1960 e 2010, tendência que pode aumentar para 3% ou 4% se as emissões de CO2 continuarem a aumentar como no ritmo atual.
Cerca de 700 áreas atualmente têm problemas por causa da falta de oxigênio no planeta, enquanto o total era de apenas 45 na década de 1960.
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