EM PIRACICABA

A dor da doença invisível: 46,6 mil pacientes cadastrados

A Medicina evoluiu, mas diabetes ainda assusta e muda a vida das pessoas

Juliana Franco
juliana.franco@gazetadepiracicaba.com.br
16/11/2016 às 10:24.
Atualizado em 28/04/2022 às 04:19

Luciana Maria Marconi convive com o diabetes há 25 anos (Del Rodrigues)

Há 25 anos, a analista ambiental, Luciana Maria Turnes Marconi, de 34 anos de idade, convive com o diabetes. "Descobri que tinha a doença aos nove anos de idade. Naquela época, não havia variedade de alimentação e medicação que existe hoje. Lembro de um refrigerante que tinha sabor horrível e de chocolates que também tinham sabor ruim. Além disso, a insulina disponível era extraída de bois ou porcos", relembra. Hoje, a Medicina evoluiu e a variedade de produtos destinados a este público aumentou. "Os tratamentos são outros e a insulina melhor. Além disso, há uma bombinha que imita o pâncreas, por exemplo, que ajuda e muito os pacientes. Atualmente, a diabetes não é um empecilho e não me impede de fazer nada", diz Luciana, que acrescenta: "O único efeito colateral que sinto é quando há aplicação de insulina acima do necessário. Neste caso dá a hipoglicemia que tem como consequência a tremedeira e fome. Ou quando a dose é menor. Ocorre a hiperglicemia e os sintomas são cansaço, moleza, falta de disposição, boca seca, entre outros". Nesta segunda-feira (14), foi comemorado no Dia Mundial de Combate a Diabetes - data oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2007. Em Piracicaba, 4,6 mil pacientes estão inscritos no Programa de Automonitoramento Glicêmico da Secretaria de Saúde - os dados são de 2015. No Brasil, são 14 milhões de casos. Para esse ano, o tema escolhido para a campanha foi "Diabetes, uma Doença Invisível". Estima-se que aproximadamente 70 mil pessoas morrem a cada ano por falta de tratamento adequado - no mundo, a cada oito segundos uma pessoa é diagnosticado com a doença, no País a descoberta ocorre a cada dois minutos e 18 segundos. A diabetes é a incapacidade do pâncreas de produzir quantidade necessária de insulina, hormônio que promove a entrada de glicose para as células do organismo, o que acarreta em aumento anormal de açúcar no sangue. "Quando em estágio avançado, pode causar algumas complicações graves, como doença cardiovascular, alteração da função renal, amputação de membros, cegueira definitiva e até a morte", explica o endocrinologista do HFC (Hospital dos Fornecedores de Cana), Fábio Pessotti. Maria Cristina, de 68 anos de idade, descobriu a diabetes tipo 2 há 18 anos. Toma insulina todos os dias e conta que, além do alto custo das medicações, ela também tem sequelas. Inclusive já teve que operar a catarata. Doença De acordo com o especialista, existem diversos tipos de diabetes, a tipo 1, tipo 2 , gestacional e as autoimunes, essa última se comporta como DM 1 (Diabetes Mellitus). Na casa da Luciana Marconi, ela e a irmã Fernanda, de 25 anos de idade, têm a doença. "Minha irmã descobriu aos oito anos de idade e eu fui diagnosticada no ano em que ela nasceu, em 1991. Além disso, temos muitos outros casos da doença na família. Minha avó era diabética, minhas tias, entre outras pessoas" conta. Para o médico Pessotti, o diagnóstico precoce do diabetes é importante, bem como é de extrema importância que o paciente compareça às consultas regularmente, conforme a determinação médica, nas quais recebe orientações sobre a doença e seu tratamento. O endocrinologista explica que o paciente diabético precisa de alguns cuidados que são para o resto da vida, pois a doença é crônica e no momento não há a cura. "O resultado desse tratamento depende da determinação do próprio paciente. Os principais sinais e sintomas da doença são: vontade de urinar diversas vezes, cansaço, muita sede, aumento do apetite, emagrecimento repentino, visão embaçada, câimbras, formigamento dos pés e infecções na pele", conclui.

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