INTERNACIONAL

A covid-19, uma lição de democracia para as crianças na Noruega

Podemos beijar de novo? O coronavírus ainda é perigoso? Quando a vacina estará pronta? Pela terceira vez desde o início da pandemia, a primeira-ministra norueguesa respondeu, nesta quinta-feira (3), a perguntas de crianças

AFP
03/09/2020 às 10:27.
Atualizado em 25/03/2022 às 08:51

Podemos beijar de novo? O coronavírus ainda é perigoso? Quando a vacina estará pronta? Pela terceira vez desde o início da pandemia, a primeira-ministra norueguesa respondeu, nesta quinta-feira (3), a perguntas de crianças.

Juntamente com a ministra da Educação e o ministro da Família, a uma respeitosa distância um do outro, Erna Solberg procurou esclarecer as dúvidas de uma geração saudosista dos tempos pré-covid, exercício considerado positivo pelos psiquiatras infantis.

"Espero que no próximo ano possamos começar a viver um pouco mais normalmente", respondeu Solberg aos alunos de uma turma do ensino fundamental. "Enquanto isso, temos que continuar fazendo como fazemos atualmente e cuidar uns dos outros".

Desde que coronavírus chegou à região, os responsáveis dos países nórdicos realizam sessões de perguntas e respostas para crianças e adolescentes.

Mas nenhum demonstrou tanta perseverança quanto os líderes noruegueses: é a terceira vez desde março que o mesmo trio participa de uma "coletiva de imprensa" como esta, transmitida ao vivo pela televisão.

Na sala de imprensa oficial, respondem com palavras simples, sem esconder a incerteza, a perguntas reunidas por um programa infantil da rede pública NRK.

"O verão acabou, as crianças começaram a escola, seu cotidiano mudou e novas questões surgiram, bem como a necessidade de conversar sobre o futuro", explicou Solberg por e-mail à AFP.

Desta vez, as crianças se questionam sobre a possibilidade de viajar, de jogar futebol com outras turmas no pátio ou se seus avós no exterior podem visitá-las.

Asio, de 12 anos, pergunta o que acontecerá no Halloween.

"Você pode comemorar o Halloween, respeitar a distância de um metro, bater nas portas, fantasiar-se e se divertir", responde a primeira-ministra.

Para os especialistas, esses esforços pedagógicos são bem-vindos.

Daniel Marcelli, professor francês de psiquiatria infantil, vê isso como "uma iniciativa democrática bastante positiva".

"Para as crianças de sete-oito anos que atingiram a idade da razão, poder falar diretamente com o presidente, o primeiro-ministro, uma personalidade importante é um importante ato de reconhecimento que nutre um sentimento de cidadania", ressalta.

Na Noruega, é costume organizar debates políticos especialmente dedicados às crianças antes das eleições.

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