INTERNACIONAL

A corrida de obstáculos para as Olimpíadas de Tóquio

O caminho para os Jogos de Tóquio tem sido cheio de obstáculos, entre o histórico adiamento de um ano atrás devido à pandemia, os contratempos e a proibição de receber espectadores do exterior

AFP
18/04/2021 às 02:22.
Atualizado em 22/03/2022 às 00:27

O caminho para os Jogos de Tóquio tem sido cheio de obstáculos, entre o histórico adiamento de um ano atrás devido à pandemia, os contratempos e a proibição de receber espectadores do exterior.

Esta é uma seleção feita pela AFP dos episódios mais significativos dos Jogos de Tóquio, programados para acontecer de 23 de julho a 8 de agosto (de 24 de agosto a 5 de setembro para os Jogos Paraolímpicos):

Em 8 de setembro de 2013, Tóquio foi escolhida para sediar os Jogos Olímpicos de 2020. O país comemorou e os apresentadores de televisão chegaram a chorar de emoção. Na época, muitos temiam que o acidente nuclear de Fukushima, resultado do gigantesco terremoto e tsunami de 2011, arruinasse o projeto olímpico. O governo apostou no sucesso do que chamou de "Jogos da Reconstrução".

Em julho de 2015, o primeiro-ministro Shinzo Abe ordenou uma revisão completa do projeto do novo estádio olímpico, após críticas de seu alto custo (US$ 2,4 bilhões). Os planos da arquiteta iraquiano-britânica Zaha Hadid foram cancelados e a obra coube ao projeto do japonês Kengo Kuma.

Outro contratempo veio em setembro de 2015: o Comitê Organizador teve que renunciar ao primeiro logotipo dos Jogos por ser muito parecido com o de um teatro de Liège (Bélgica), cujo criador havia apelado à justiça.

Em 19 de março de 2019, o presidente do Comitê Olímpico Japonês, Tsunekazu Takeda, de 71 anos, anunciou sua renúncia oficialmente devido à sua idade. Mas ele estava sob pressão desde a revelação, em janeiro daquele ano, da acusação na França por suspeita de suborno de membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2013 em apoio à candidatura de Tóquio.

No mês seguinte, veio outra demissão, a do ministro responsável pelas Olimpíadas, Yoshitaka Sakurada, que havia cometido várias gafes em seus seis meses de mandato.

Em meados de 2019, as altas temperaturas e a umidade extrema em Tóquio foram uma tortura para os atletas durante os eventos-teste para os Jogos Olímpicos. No início de outubro, o COI decidiu transferir a maratona olímpica para Sapporo, 800 quilômetros ao norte da capital japonesa.

Em 24 de março de 2020, em meio à expansão da pandemia do coronavírus, o COI anunciou o adiamento dos Jogos Olímpicos para 2021, um fato inédito em tempos de paz.

Os Jogos, que mantêm o nome "Tóquio-2020", serão "um testemunho da derrota do vírus", confiou Shinzo Abe.

O custo extra do adiamento e das medidas anticovid fez com que o orçamento de Tóquio-2020 disparasse (um adicional de US$ 2,79 bilhões), para um total de mais de US$ 15 bilhões, um recorde para os Jogos Olímpicos.

Dado o número recorde de infecções pelo novo coronavírus no Japão, o governo do país decreta estado de emergência em onze departamentos, incluindo Tóquio e sua grande periferia, medida que foi suspensa em 21 de março.

O governo e os organizadores insistem que o evento irá adiante, mas as pesquisas indicam que a maioria dos japoneses quer que o evento seja adiado ou cancelado.

O presidente do comitê organizador, Yoshiro Mori, causou um escândalo ao afirmar que as mulheres falavam demais nas reuniões, algo que era "irritante" para este ex-primeiro-ministro de 83 anos. Após um pedido de desculpas desajeitado, ele renunciou em 12 de fevereiro.

Foi substituído pela ministra responsável pelos Jogos Olímpicos, Seiko Hashimoto. A porcentagem de mulheres no conselho executivo Tóquio-2020 subiu de 20% para 42% logo depois.

Em 18 de março, um tabloide japonês revelou que o diretor artístico de Tóquio-2020, Hiroshi Sasaki, sugeriu um ano antes fantasiar de porco, na cerimônia de abertura dos Jogos, a comediante japonesa e estrela das redes sociais Naomi Watanabe, supondo um excesso de peso.

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