O desenvolvimento de uma vacina será um ponto de virada decisivo na luta contra o coronavírus, que já matou mais de 190.000 pessoas em todo o mundo, como demonstrado pela iniciativa "histórica" da ONU anunciada nesta sexta-feira.
O diretor da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, explicou que é uma colaboração que reúne vários países como França e Alemanha e que busca acelerar a produção de vacinas e tratamentos e, ao mesmo tempo, garantir acesso equitativo a eles.
Somente com campanhas de vacinação em massa será possível efetivamente conter a pandemia de COVID-19, concordam epidemiologistas, virologistas e especialistas em saúde pública.
"O desenvolvimento e a distribuição de uma vacina segura e eficaz serão necessários para interromper totalmente a transmissão", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus recentemente.
As medidas de confinamento e distância social são caras e difíceis de manter por um longo período de tempo e, portanto, não são viáveis a médio e longo prazo.
Por enquanto, nenhum tratamento é eficaz para curar pacientes graves de COVID-19, que podem sofrer pneumonia ou acelerações fatais do sistema imunológico.
Uma vacinação em massa permitiria imunizar uma alta porcentagem da população, impedindo a circulação do vírus SARS-CoV-2 e interrompendo a epidemia.
Foi o caso da varíola, outra doença viral sem tratamento efetivo, controlada desde a década de 1980 graças às vacinas.
Em meados de janeiro, foi obtida a sequência completa do novo coronavírus e, paralelamente à sua disseminação mundial, laboratórios de pesquisa em todo o planeta se lançaram em busca de uma vacina.
Além da iniciativa anunciada nesta sexta-feira pela ONU, mais de cem projetos estão atualmente em desenvolvimento por gigantes farmacêuticos e uma infinidade de laboratórios de biotecnologia, segundo François Balloux, pesquisador da University College London.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) indicou que está em contato com os responsáveis por uma "dúzia" de projetos de vacinas.
A China realiza vários testes clínicos e o prestigioso Instituto Pasteur, na França, também gerencia três projetos.
Os gigantes farmacêuticos Sanofi (França) e GSK (Reino Unido) esperam propor uma vacina em conjunto até o ano que vem.