Vereador Ary Pedroso Júnior (Guilherme Leite)
Segunda-feira, 23 de março de 2020 Piracicaba não ficará livre da epidemia do Coronavírus (Covid-19), alertou o vereador Ary de Camargo Pedroso Júnior (SD), que também é cirurgião do Aparelho Digestivo e cirurgião-geral. Seu posicionamento, durante a 13ª reunião ordinária, nesta quinta-feira (19), foi em tom de alerta: a estimativa é que quatro mil pessoas adquiram a doença na cidade. As considerações foram apresentadas enquanto o vereador discutia a moção de apelo 44/2020, do vereador (também médico) Paulo Serra (CID), que recomendou ao Executivo ações para reduzir a circulação de pessoas nas repartições públicas. Segundo Ary Pedroso, o período de isolamento social é necessário para que a curva de contágio da doença não se acelere. Um dos problemas atrelados ao Coronavírus é o índice de pacientes com necessidade de internação: 20% dos infectados, disse ele. "Se precisar, em uma semana, colocar 200 internados, será que temos condições? Acho que não", disse, sobre a quantidade de leitos hospitalares disponíveis no município. Ele reforçou a necessidade de o governo do Estado de São Paulo destinar recursos para aquisição de respiradores para Hospital Regional 'Doutora Zilda Arns'. Além disso, informou que a Santa Casa de Misericórdia e o próprio Hospital Regional tem feito ações para que as UTIs estejam livres, cortem exames e cirurgias eletivas. Ary informou, ainda, que o Hospital Unimed reservou uma UTI inteira para receber os pacientes infectados no futuro, além de um Tele-Coronavírus, serviço que traz esclarecimentos por telefone. O vereador alertou que existem poucos kits na Rede Pública para a detecção da doença. "Para fazer um exame, hoje em dia, precisa ser muito suspeito", mencionou, ao lembrar que a população de Piracicaba é superior a 400 mil habitantes e que infectologistas reconhecidos da cidade – Hamilton Bonilha, Tufi Chalita, Mauricio Battistini e Carlos Gimael Júnior – enfatizaram a necessidade de evitar aglomerações. "Estamos tranquilo porque não tem casos. Daqui 40, 50, 60 dias, eu posso estar aqui de novo falando para vocês: pessoal, a coisa é pesada, Certamente teremos muitos casos em Piracicaba", alertou, ao lembrar que a mortalidade na Itália é de 8%, pois o país não adotou Políticas de Isolamento Social. "Se não fizermos isso, é bem provável que alguém que a gente conheça morra".