POLÍCIA

Vinte e sete manifestantes foram presos no Rio

Mesmo com a presença de dois mil PMs, movimento Black Bloc conseguiu invadir a Avenida Presidente Vargas

Agência Estado
07/09/2013 às 20:47.
Atualizado em 27/04/2022 às 16:20

Mesmo com a presença de dois mil policiais militares no centro do Rio, integrantes do movimento Black Bloc conseguiram invadir a Avenida Presidente Vargas enquanto era realizado o desfile de Sete de setembro, ontem de manhã. Houve confronto com a polícia, que usou gás lacrimogêneo. O público que assistia à parada ficou apavorado e abandonou as arquibancadas. Pelo menos 27 pessoas foram detidas e 12 ficaram feridas. O tumulto generalizado, com famílias correndo e crianças chorando, não alterou o desfile, que seguiu como se nada estivesse acontecendo. A confusão continuou depois da apresentação militar, que não contou com as presenças do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e do prefeito Eduardo Paes (PMDB). No fim da tarde, os manifestantes seguiram para o Palácio Guanabara, sede do governo estadual, em Laranjeiras, na zona sul. A polícia mais uma vez usou gás lacrimogêneo para impedir a passagem do grupo. As manifestações foram convocadas pelo Facebook e começaram por volta das 7h30, uma hora e meia antes do desfile. Antes do início da parada, pelo menos quatro manifestantes já haviam sido levados à delegacia por desacato, agressão, uso de máscara e recusa em se identificar, o que está proibido por decisão judicial. Os PMs ordenavam a retirada das máscaras e a apresentação de RG. Quem não concordava era detido. Às 9h, os manifestantes tentaram invadir a avenida Presidente Vargas e houve confronto com a PM. Por volta das 10h, conseguiram. A invasão e a reação da polícia afetaram o público nas arquibancadas, calculado em quatro mil pessoas. A aposentada Nair Rosa, de 69 anos, caiu de uma delas e teve uma crise de pressão. Foi atendida no hospital Souza Aguiar e liberada por volta de 12h. "Eu estava em cima da arquibancada quando começou a confusão, fui empurrada e caí lá de cima. Fiquei muito nervosa". Em pânico, dezenas de pessoas deixaram correndo o local e se abrigaram na estação de metrô da Central. O cinegrafista Patrick Granja, do jornal A Nova Democracia, foi detido na Presidente Vargas. A PM não informou o motivo da prisão e nem para qual delegacia ele seria encaminhado. O fotógrafo do jornal O Dia Alessandro Costa levou um chute de um PM. Uma agência bancária teve vidraças estilhaçadas. Terminado o desfile, cerca de mil manifestantes do Grito dos Excluídos saíram em passeata pacífica pela Presidente Vargas. Black Blocs tentaram se misturar ao grupo, mas foram impedidos por policiais. Eles foram até o monumento a Zumbi dos Palmares, retiraram a bandeira do Brasil, a rasgaram e queimaram, e colocaram uma bandeira preta no lugar. Veja também Manifestantes presos em Belo Horizonte sobem para 21 Um repórter do jornal 'O Tempo' foi agredido com cassetete por um policial enquanto filmava os confrontos com seu smartphone Em Recife, 11 são presos e homem é atropelado no ES Uma passeata acabou não se realizando em Pernambuco devido à ação policial neste sábado (7), durante desfile Manifestações em Brasília resultam em 39 presos Protestos ganharam tom de confronto por volta da 11h e se espalharam pela zona central da cidade Polícia lança bombas de gás em frente à Câmara em SP Cerca de dois mil manifestantes protestam no local: especulação é de que o protesto vá até a sede da Prefeitura

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