Vídeo mostra Fujimori exaltado em hospital

O ex-presidente peruano Alberto Fujimori aparece exaltado e gritando contra os funcionários de uma clínica de Lima onde esteve internado desde sexta-feira (19), segundo um vídeo divulgado na noite de domingo (20) pelo canal Frequência Latina. "Por favor, deixem os congressistas passarem!", afirma o ex-presidente, em tom enérgico e elevando a voz, aos funcionários da clínica Centenário no distrito de Pueblo Libre, de acordo com o vídeo gravado clandestinamente e divulgado pelo programa "Sin medias tintas", do Frequência Latina. Fujimori, visto com uma bata, de pé, fora de seu quarto e em frente a um balcão das enfermeiras, insiste e acusa uma delas do que pode acontecer a ele. "Você pode ser a responsável pelo aumento da minha pressão", acrescenta, sem deixar de elevar a voz. Sua imagem difere da aparência deteriorada que mostrou na quinta-feira quando se apresentou ante um tribunal em um novo julgamento iniciado contra ele. Na audiência apareceu descuidado, vestido informalmente, despenteado e cabisbaixo, o que gerou questionamentos da imprensa e de seus críticos, que afirmaram que era uma montagem para impressionar o tribunal ao se apresentar como vítima. O procurador anticorrupção Julio Arbizu disse que tudo se tratava de um "fujishow" e afirmou que esperava "que não sejam armados mais shows". Keiko Fujimori, ex-candidata à presidência e filha do ex-governante, criticou a divulgação deste vídeo e acusou o governo de ter gravado estas imagens "de forma premeditada e de maneira malévola para humilhar meu pai". Ela explicou que o vídeo mostra a frustração e o desespero de seu pai porque seu irmão Kenji havia sido impedido de entrar. Mais tarde, Kenji recebeu permissão para visitar Fujimori. O ex-presidente (1990-2000) recebeu alta na tarde de domingo e voltou a sua prisão em uma base policial a leste de Lima onde cumpre uma pena de 25 anos por violação de direitos humanos e corrupção. O ex-presidente foi internado na sexta-feira, um dia depois de comparecer na audiência judicial, o que provocou - segundo Keiko Fujimori - o aumento da pressão arterial. Depois de ser submetido a vários exames, foi detectada uma cardiopatia hipertensiva, declarou sua filha.