CONFLITO

Regime sírio intensifica bombardeios contra Yabrud

Os meios de comunicação sírios e o exército também anunciaram na segunda a tomada da cidade de Nabak

France Press
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10/12/2013 às 09:23.
Atualizado em 27/04/2022 às 17:54

As tropas sírias intensificaram nesta terça-feira os bombardeios contra Yabrud, um dos últimos bastiões rebeldes em Qalamun, uma região estratégica ao norte de Damasco fronteiriça com o Líbano, onde o regime do presidente Bashar al-Assad obteve várias vitórias militares. "A próxima operação em Qalamun será realizada provavelmente em Yabrud, que é o último bastião importante nas mãos de combatentes da oposição", afirmou Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), organização opositora com sede na Grã-Bretanha. "As forças governamentais, apoiadas por combatentes do Hezbollah libanês e de milícias pró-regime, se apoderaram completamente (na segunda-feira) da cidade de Nabak, depois de mais de dez dias de bombardeios intensos, de ataques aéreos e combates, nos quais dezenas de habitantes de Nabak morreram", acrescentou Abdel Rahman. Yabrud é um feudo importante dos insurgentes "e o regime bombardeou os subúrbios de Yabrud, a região de Rima e os pomares que a cercam", acrescentou o porta-voz. O OSDH afirma que ainda há rebeldes em pequenos povoados de Qalamun. A ONG também pediu a libertação imediata das 12 religiosas do convento da cidade majoritariamente cristã de Maalula, 55 km ao norte de Damasco, que estão "com a Frente Al-Nusra em Yabrud". Os rebeldes conduziram estas religiosas a Yabrud no início de dezembro. Os meios de comunicação oficiais sírios e o exército anunciaram na segunda-feira a tomada da cidade de Nabak. Qalamun foi durante um ano uma retaguarda dos rebeldes pela qual transitavam as armas em direção à região de Damasco. Por sua vez, em Beirute, a esposa do jornalista espanhol Javier Espinosa, Mónica García Prieto, pediu nesta terça-feira que os sequestradores do jornalista do El Mundo e do fotógrafo independente Ricardo García Vilanova na Síria honrem a revolução e os libertem. Os dois sequestrados "viajaram uma dúzia de vezes à Síria para documentar crimes de guerra, arriscando suas vidas e convertendo-se em irmãos dos sírios em seu medo, miséria e crise humanitária", afirmou Prieto. "Fizeram isso porque pensamos que o povo sírio precisa de nosso trabalho e que devemos viver à altura de nossa responsabilidade", acrescentou. Segundo o El Mundo, Espinosa e García "foram sequestrados no dia 16 de setembro no posto de controle de Tal Abyad, na conturbada província de Raqqa", perto da fronteira turca, quando se preparavam para deixar a Síria. Os dois foram sequestrados por membros do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), um grupo ligado à Al-Qaeda, junto a "quatro combatentes de (...) uma das brigadas" do Exército Sírio Livre, que foram libertados dias mais tarde, diferentemente dos espanhóis, segundo o El Mundo. A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) afirmava no início de novembro que desde o início do conflito sírio 25 jornalistas morreram em terra. Também segundo a RSF, um número similar de jornalistas estão desaparecidos ou foram sequestrados, embora o número exato de repórteres estrangeiros sequestrados seja difícil de estimar, já que algumas famílias e governos pedem aos meios de comunicação que não revelem seu desaparecimento. A situação na Síria é cada vez mais caótica e perigosa para os jornalistas, devido às muitas facções rebeldes e milícias que combatem junto ao regime. Cerca de 126.000 pessoas morreram nesse país desde o início da mobilização popular contra Assad, em março de 2011, que depois se converteu em rebelião armada, segundo um balanço de vítimas divulgado no dia 2 de dezembro pelo OSDH.

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