Crimeia, com população majoritária de língua russa, é a região ucraniana com mais resistência
O presidente interino ucraniano advertiu nesta quinta-feira (27) a frota russa na Crimeia que vai considerar uma "agressão militar" qualquer movimento de tropas, depois que homens armados pró-Moscou tomaram o controle de prédios governamentais na capital desta península. "Qualquer movimento de tropas será considerado uma agressão militar", afirmou o presidente Olexander Turchynov no Parlamento. A frota russa do Mar Negro está baseada na cidade de Sebastopol, na Crimeia. "O Kremlin quer destruir a integridade territorial da Ucrânia. A Rússia realiza uma guerra midiática contra a Ucrânia, ao apresentar os acontecimentos de maneira enganosa", acusou o nacionalista Oleg Tiagnibok, um dos líderes dos protestos que na semana passada provocaram a queda do presidente Viktor Yanukovytch. A Crimeia, com população majoritária de língua russa, é a região da Ucrânia onde as novas autoridades do país podem enfrentar mais resistências. A Rússia transferiu para a Ucrânia o controle da Crimeia em 1954, quando as duas repúblicas integravam a União Soviética. A frota russa do Mar Negro, no entanto, permaneceu posicionada no porto de Sebastopol quando a Ucrânia proclamou a independência, em 1991. Dezenas de homens armados ocuparam na manhã desta quinta-feira em Simferopol a sede do Parlamento e do governo da Crimeia, península de língua russa do sul da Ucrânia, onde hastearam a bandeira russa. Quase 50 homens armados chegaram durante a noite ao edifício e impediram a entrado dos funcionários, informou à AFP o primeiro-ministro da Crimeia, Anatoli Mohilyov. As autoridades locais vão tomar medidas, disse Mohilyov, sem apresentar detalhes. O ministro do Interior interino da Ucrânia, Arsen Avakov, anunciou que as forças policiais e especiais ucranianas estavam em aleta. "A medida pretende evitar um banho de sangue entre a população civil e a evolução da situação em confrontos armados", escreveu Avakov em sua página do Facebook. Veja também Yanukovytch ainda se considera presidente da Ucrânia Chama de ilegítimas as decisões tomadas pelo Parlamento, que nomeou governo de transição Ucrânia dissolve tropa ligada à repressão Expectativa é que o novo governo, de união nacional, seja revelado nesta quarta-feira (26) Rússia critica eleição presidencial na Ucrânia A Rússia já havia solicitado às novas autoridades ucranianas que respeitassem o acordo Ucrânia ordena prisão de presidente deposto O ministro interino das Finanças, Yuri Kolobov, afirmou que o país precisa de US$ 35 bilhões