ECONOMIA

PIB fraco deve abalar mais confiança do comércio

No mês passado, o setor sentiu os efeitos da inflação e a perspectiva é de piora, com a alta da taxa básica de juros de 7 5% para 8%

Agência Estado
03/06/2013 às 12:24.
Atualizado em 27/04/2022 às 14:30

O ritmo lento da atividade econômica deverá contribuir para que a confiança do empresário do comércio complete um ano de piora no próximo mês, segundo o economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Fabio Bentes. Após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) relativo ao primeiro trimestre deste ano, no último dia 29, que veio aquém das expectativas do mercado, a confiança do setor ficou ainda mais abalada, o que deverá comprometer a perspectiva de investimento e contratação.

Até o mês passado, o recuo do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) era pautado pela decepção com a recuperação da economia. Mas, em maio, pesou também a frustração com o desempenho do próprio comércio, que até então, vinha se sustentando no crescimento da renda da população, disse Bentes.

No mês passado, o setor sentiu os efeitos da inflação e a perspectiva é de piora, com a alta da taxa básica de juros de 7 5% para 8%, na última semana. "No curto prazo, a tendência (com a alta dos juros) é de gerar sequências de resultados negativos. Mas, se surtir efeito sobre a inflação, vai, lá na frente, ajudar o comércio, porque boa parte da queda das vendas é explicada pela inflação, principalmente, em alimentos", disse o economista.

Do Icec de maio, Bentes destacou a avaliação do empresário do comércio sobre a economia. O indicador desse item caiu 14,1%, comparado a maio do ano passado. Em abril, o mesmo índice registrou queda de 6,7%. "A estatística é anterior à divulgação do PIB, portanto não será surpresa se completarmos um ano de queda da confiança do empresário em junho", disse o economista da CNC.

Em maio, a confederação registrou queda em oito dos novos quesitos que compõem o Icec. A exceção foi o indicador relativo a investimento com funcionários, que subiu 4,1%. Ainda assim, a avaliação de Bentes é que o ritmo de contratação está mais lento neste ano e que o crescimento da mão de obra é de reposição, para acompanhar o crescimento das vendas, estimado em 5% neste ano. Em 2012, o comércio avançou 8,4%, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).

A CNC espera que, neste ano, sejam criados 90 mil postos de trabalho a menos do que no ano anterior. Em 2012, o comércio abriu 390 mil vagas e, em 2013, deve abrir 300 mil, segundo a estimativa da confederação. "O índice não está tão baixo, porque as expectativas ainda estão altas. Mas devemos experimentar nos próximos meses, quedas nas expectativas", disse Bentes.

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