PROJEÇÃO

PIB ficará estável com desaceleração da indústria

A perspectiva para a indústria no terceiro trimestre é de que apresente um resultado levemente negativo

Agência Estado
02/10/2013 às 13:34.
Atualizado em 27/04/2022 às 16:42

Mesmo com um resultado positivo da fabricação de máquinas e de bens intermediários em agosto, a perspectiva para a indústria no terceiro trimestre é de que apresente um resultado levemente negativo, na margem, o que será determinante para que o Produto Interno Bruto (PIB) do País fique estagnado entre julho e setembro, depois de ter avançado 1,5% no segundo trimestre, afirmou ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, Rodrigo Nishida, economista da consultoria LCA. A atividade do setor manufatureiro ficou estável em agosto ante julho, depois de ter caído 2,4% no primeiro mês deste semestre em relação a junho, como mostra dado revisado que foi divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na avaliação de Nishida, a alta de 2,6% da produção de bens de capital e de 0,6% de bens intermediários em agosto ante julho é sinal de que os investimentos têm uma tendência favorável neste ano. Ele acredita que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) deve subir 7,1% em 2013, o que deve compensar com folga a retração de 4% apurada em 2012. Com esse resultado da FBCF, ele espera que os investimentos subam como proporção do PIB de 18,1% no ano passado para 19,8% em 2013. Segundo Nishida, contudo, a FBCF deve cair 1,2% no terceiro trimestre ante o segundo - um recuo que precisa ser visto de forma relativa. "A FBCF deve ter se retraído no trimestre passado, mas isso depois de de apresentar trajetória de forte expansão no primeiro semestre", apontou. Ele destacou que os investimentos subiram 3,6% entre abril e junho em relação aos três meses anteriores, depois de terem avançado 4,7% entre outubro e dezembro ante o último trimestre de 2012. Para setembro, o economista da LCA prevê uma melhora da produção industrial, puxada em grande parte pela atividade do setor de petróleo. Numa estimativa preliminar, ele espera um avanço próximo a 1,3% do indicador no mês passado ante agosto. Ao analisar os dados do setor manufatureiro dentro de uma média móvel trimestral, retiradas influências sazonais, ele destaca que a atividade das fábricas subiu 0,6% em junho, caiu 0,8% em julho e apresentou leve retração de 0,1% em agosto. Caso o IBGE divulgue que a produção industrial tenha avançado 1% no mês passado, na margem, o número representará uma queda de 0,4% na média móvel em setembro. "Isso indica que ocorreu um movimento de desaceleração da produção industrial nos últimos meses", ponderou. De acordo com Nishida, contudo, é esperada uma melhora dos resultados da produção industrial no quarto trimestre, devido ao aumento da produção do setor extrativo mineral. Esse indicador será importante para influenciar o PIB deste ano, que para ele deverá subir 2,6%. Nishida espera que a inflação deverá atingir 6% em 2013, o que deve requerer do Copom mais duas elevações da Selic de 0,50 ponto porcentual cada nos próximos dois meses. Ele prevê que a Selic chegará a 10% no dia 27 de novembro.

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