SURINAME

Oposição quer investigar filho de presidente por terrorismo

Dino Bouterse, filho do presidente Desi Bouterse, foi acusado pelos EUA de financiar o Hezbollah

Da France Press
10/11/2013 às 18:58.
Atualizado em 27/04/2022 às 17:26

A oposição do Suriname pediu neste domingo uma investigação a partir de acusações feitas pelos Estados Unidos de que Dino Bouterse, filho do presidente Desi Bouterse, pretendia financiar o movimento xiita libanês Hezbollah, considerado terrorista por autoridades americanas. O partido opositor Nova Frente pediu à promotoria geral para iniciar uma investigação para "determinar quais ações criminosas foram cometidas no âmbito da lei do Suriname" pelo filho do presidente, informou em um comunicado esta organização política. O governo do Suriname rejeitou as acusações contra Dino Bouterse argumentando que no país "não há espaço para atividades terroristas", sendo este um dos mais pacíficos da região. Na sexta-feira, a procuradoria geral de Manhattan havia informado que Bouterse, que permanece detido em Nova York, havia sido acusado formalmente de "tentar fornecer material de apoio e recursos" ao Hezbollah, acusação que se soma às duas que já pesavam sobre ele, por tráfico de drogas e posse de armas de guerra. Bouterse foi detido no Panamá em 29 de agosto a pedido dos Estados Unidos e extraditado imediatamente, sendo levado perante a justiça federal de Nova York. As acusações que enfrenta podem render pena de prisão perpétua. Segundo a procuradoria, Bouterse "usou sua posição para assistir indivíduos que acreditava serem membros do Hezbollah", oferecendo seu país como "base permanente" para que o movimento xiita lançasse "ataques contra alvos americanos". Dino Bouterse havia sido condenado a oito anos de prisão por um tribunal do Suriname em 2005 e declarado culpado de comandar um bando que traficava cocaína e armas, mas foi libertado em 2008 por bom comportamento. Após sua libertação, seu pai o nomeou diretor da Unidade Antiterrorista do Suriname. O presidente Bouterse é um ex-golpista protegido por uma lei de anistia e imunidade presidencial em um processo por execução de opositores e de uma condenação à revelia por narcotráfico, recebida em 1999 na Holanda.

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