Cerca de 4 mil manifestantes pedem a ratificação de um projeto de lei para punir estupro marital
Cerca de 4 mil manifestantes reclamaram neste sábado, em Beirute, a ratificação de um projeto de lei contra a violência conjugal, por ocasião do Dia Internacional da Mulher. O projeto de lei em questão prevê uma pena de prisão entre 20 e 25 anos, com trabalhos forçados, pelo assassinato de uma mulher membro da família, assim como a criação de uma unidade policial especializada. Milhares de mulheres, e também homens e crianças, marcharam para pedir que o parlamento ratifique este projeto de lei, aprovado em comissão em 2013, mas que foi esquecido desde então. Considerado o país mais liberal do mundo árabe, o Líbano está muito atrasado em relação à legislação sobre os direitos das mulheres. Por exemplo, um homem que estupra uma mulher é isento de uma pena se for casado com sua vítima. Da mesma forma, um homem pode confiscar o passaporte de sua esposa e nenhuma lei a protege da violência do marido, pai ou irmão. Vários ativistas acusam os políticos de cumplicidade com as influentes autoridades religiosas do país, contrárias a alguns pontos do projeto, como o que trata do estupro marital. O Dar el Fatwa, a autoridade religiosa sunita mais importante do país, acredita que se trata de uma "heresia ocidental" e o Hezbollah xiita diz que esta lei "interfere nas relações entre marido e mulher".