VIOLÊNCIA

Mais de 59 mortos em onda de atentados no Iraque

Mais de 10 ataques foram registrados, vários deles com carros-bomba e dois atentados suicidas

France Press
28/08/2013 às 08:36.
Atualizado em 27/04/2022 às 16:04

Uma série de atentados com bombas matou quase 59 pessoas e deixou 200 feridos nesta quarta-feira (28) no Iraque. Os ataques aconteceram durante a manhã, em um momento de muito movimento nas ruas, principalmente em bairros de maioria xiita de Bagdá. Mais de 10 ataques foram registrados, vários deles com carros-bomba e dois atentados suicidas, um deles próximo a um mercado no bairro de Kadhimiyah, que deixou ao menos três mortos e oito feridos. O ataque mais violento aconteceu no bairro de Jisr al-Diyala, sudeste de Bagdá, onde duas explosões deixaram pelo menos nove mortos e 27 feridos. Neste bairro, após a explosão do carro-bomba, um homem que empurrava um carro e suspeito de carregar explosivos, foi morto pela multidão que o atacou com facas, segundo um policial. Segundo testemunhas, ele reconheceu as suspeitas e afirmou que seu irmão conduzia o primeiro carro-bomba que explodiu. No bairro de Shaab, Marwa, uma jovem de 18 anos, cuja casa foi destruída, acusou os policiais de não fazerem nada para conter os atentados. "Nossa casa está em ruínas. E os homens políticos passam o tempo brigando para conquistar mais poder", declarou. Outros bairros xiitas foram alvos, principalmente Kadhimiyah e Sadr City. Em Mahmoudiya, 30 km ao sul de Bagdá, um carro-bomba explodiu em um posto policial e matou três pessoas. Em Madain, também ao sul da capital, uma bomba matou quatro pessoas. Um carro-bomba fez quatro vítimas fatais em Jadida, mesmo balanço de um ataque em Shaab, bairro ao norte de Bagdá. No final do dia, mais um carro-bomba explodiu a oeste de Bagdá, matando três outras pessoas. Nenhum grupo reivindicou os ataques, mas os atentados geralmente são cometidos por militantes sunitas vinculados à Al-Qaeda que consideram os muçulmanos xiitas apóstatas. O Iraque está retornando ao nível de violência registrado em 2008, quando saía de uma guerra civil entre xiitas e sunitas. Desde o início de 2013, mais de 3.700 pessoas morreram em atentados, segundo um balanço da AFP com base em dados de fontes médicas e das forças de segurança. Esses novos atentados aconteceram apesar das grandes medidas de seguranças divulgadas pelo governo, criticado nas últimas semanas por sua incapacidade de conter a mais grave onda de violência. Segundo os especialistas, os ataques visam alimentar o conflito confessional e desestabilizar o país, que procura com dificuldade retomar a estabilidade política e de segurança, dez anos após a invasão americana que derrubou Saddam Hussein. A espiral de violência coincide com o aumento do descontentamento da minoria sunita, no poder com Saddam Hussein. A ONU e muitos diplomatas pedem para que o governo do primeiro-ministro xiita Nouri al-Maliki adote reformas para evitar marginalizar os sunitas. Mas, em resposta à violência, o governo intensifica uma campanha contra os insurgentes sunitas. A paralisia do aparelho político, associada a uma corrupção generalizada e a falta de serviços públicos aumentam a ira dos iraquianos.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por