Objetivo, segundo presidente, é proteger a classe média da especulação burguesa
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, informou neste domingo (1) que tabelará os preços dos veículos, como parte das medidas econômicas que adota com os poderes especiais que obteve do Congresso para a chamada "guerra econômica" e o combate à corrupção. "Vou anunciar nesta segunda-feira um decreto que tabelará os preços dos veículos (...). É certo que a Fedecámaras (associação de empresários) e a Mesa da Unidade (oposição) criticarão este decreto", disse Maduro ao inaugurar uma obra do Metrô. O presidente destacou que seu objetivo é proteger a classe média venezuelana, sobre a qual "mais especula a burguesia", a uma semana das eleições municipais. Na sexta-feira, Maduro ordenou a detenção imediata dos comerciantes que reincidirem no aumento de preços, em pronunciamento em rede nacional de televisão. "Em todas as inspeções que forem feitas - e que se mostre amplamente que houve remarcação de preços - (...) atue-se com toda a severidade da lei e, por serem crimes em flagrante, proceda-se imediatamente à detenção dos responsáveis", ordenou Maduro a militares, milícias e órgãos de Justiça, encarregados de monitorar os estabelecimentos comerciais. Ainda na sexta, o presidente anunciou o segundo pacote de medidas dentro da "guerra econômica contra a burguesia parasita e o imperialismo", decretando a redução dos preços dos aluguéis de lojas e outros pontos comerciais em todo o país, e proibindo sua cobrança em dólar. Entre outras coisas, o decreto estabelece que o aluguel de qualquer estabelecimento comercial "não poderá exceder os 250 bolívares (40 dólares no câmbio oficial) por metro quadrado". Na semana passada, Maduro assinou as primeiras disposições destinadas a impor limites às margens de lucro no varejo e para a criação de um registro estatal de pequenas e médias empresas. Na quinta-feira, a Fedecámaras disse esperar que as novas medidas garantam a propriedade privada e o acesso a divisas para aumentar a produção e frear a escassez e a inflação no país. Maduro reagiu afirmando que "é a mesma Fedecámaras de sempre, que durante um século esteve no poder e saqueou este país (...) Fedecámaras que liderou o golpe de Estado contra o comandante Hugo Chávez em abril de 2002".