Mais de 19 mil pessoas foram retiradas de suas casas no Extremo Oriente russo devido a inundações sem precedentes, anunciaram nesta segunda-feira (19) as autoridades russas. No total, 19,2 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas nas regiões de Amur, Jabarovsk e da região autônoma judaica, um pequeno território criado por Stalin para os judeus soviéticos, segundo o Ministério russo das Situações de Emergência. O rio Amur alcançou níveis históricos na cidade de Jabarovsk, onde a chuva seguia caindo nesta segunda-feira. A cheia dos rios alcançará seu ponto mais alto nesta semana, indicou o chefe da Agência Meteorológica russa Rosguidromet, Alexandre Frolov. A televisão russa exibiu imagens de caminhões descarregando areia nas ruas para conter as inundações. "Nossa casa de campo está inundada", contava uma mulher de um povoado próximo a Jabarovsk ao canal de televisão NTV. "Como vamos sobreviver a este inverno?", perguntava outro morador em frente a sua casa atingida pelas águas. "Não sabemos nem mesmo quando a água vai descer". O governador da região de Amur, Oleg Kojemiako, indicou que mais de 43% das reservas de carvão para o inverno foram afetadas pelas inundações. "Quinhentos quilômetros de rotas ficaram destruídos, assim como pontes, e não é possível acessar 38 povoados", acrescentou Kojemiako, citado pelas agências de notícias russas. O nível do rio Amor seguirá crescendo até alcançar cerca de oito metros em Jabarovsk, uma cidade de 60.000 habitantes, indicou o Ministério das Situações de Emergência. Referindo-se à região autônoma judaica, a ministra russa da Saúde, Veronika Skvortsova, pediu que as autoridades locais adotem as medidas necessárias para evitar a propagação de epidemias devido à contaminação da água. As inundações no Extremo Oriente russo também provocaram a perda de 627.400 hectares de cultivos agrícolas, em sua maioria soja, segundo as autoridades.