Quatro são presos nesta quarta por receber propina desde a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab
Uma operação deflagrada na manhã desta quarta-feira (30) pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pela Controladoria-Geral da Prefeitura, prendeu quatro funcionários municipais acusados de receber propina para liberar empreendimentos imobiliários em São Paulo. Há indícios da ação da organização criminosa pelo menos desde 2010, durante a gestão de Gilberto Kassab, causando um prejuízo de cerca de R$ 500 milhões aos cofres públicos, segundo informação do jornal O Estado de São Paulo. Os presos são o ex-subsecretário municipal de Finanças, Rolilson Bezerra Rodrigues, o ex-diretor de arrecadação, Eduardo Horle Barcelos, e os auditores Carlos Augusto Di Lallo Leite do Amaral e Luis Alexandre Cardoso Magalhães. Agentes da Prefeitura, do Ministério Público, das polícias civil e federal participam da ação e estiveram na casa dos suspeitos pela manhã. As investigações, iniciadas há seis meses, mostram que o grupo recebia o dinheiro de construtoras para providenciar a guia de quitação do ISS. O documento é fundamental para que as empresas consigam o habite-se de seus empreendimentos, sem o qual as obras não podem ser entregues. Sem ele também não é possível liberar a parcela final do financiamento das construções. Para o prefeito Fernando Haddad (PT), esse é "um dos maiores escândalos já descobertos na cidade". Além da prisão dos suspeitos, a Justiça decretou o congelamento de bens e a realização de busca e apreensão em ao menos cinco endereços na manhã desta quarta. A suspeita contra os funcionários começou em março, quando a Controladoria do Município detectou que eles tinham patrimônio pessoal incompatível com a renda.