RÚSSIA

Ex-magnata do petróleo e opositor de Putin é libertado

Presidente russo assinou o indulto com efeito imediato e Mikhail Khodorkovsky foi solto

France Press
20/12/2013 às 07:38.
Atualizado em 27/04/2022 às 17:59

O ex-magnata do petróleo e opositor russo Mikhail Khodorkovsky foi libertado nesta sexta-feira (20) do campo de detenção, depois que o presidente Vladimir Putin assinou o indulto com efeito imediato, anunciou a agência Interfax. "Às 12h20 (6h20 de Brasília), Mikhail Khodorkovsky saiu do campo, na cidade de Segezha na região de Carelia" (noroeste), declarou à agência uma fonte não identificada. A direção regional da administração penitenciária e os porta-vozes do ex-presidente do grupo petroleiro Yukos não confirmaram a informação até o momento.Khodorkovsky estava detido há 10 anos.  "Por princípios humanitários, decreto que Mikhail Borisovich Khodorkovsky (...) deve ser liberado da prisão antes do fim de sua pena. Este decreto entra em vigor imediatamente", afirma um curto comunicado da presidência. Na quinta-feira, Putin anunciou de maneira surpreendente que Khodorkovsky, que deveria deixar a prisão em agosto de 2014, havia enviado um pedido de indulto por razões humanitárias, alegando que sua mãe está doente. O jornal Kommersant afirma nesta sexta-feira (20) que Khodorkovsky fez o pedido de indulto pressionado pelos serviços secretos. Até então, o ex-oligarca se recusara a solicitar um indulto por considerar que isto significava reconhecer sua culpa. No início de dezembro, depois da promotoria anunciar a abertura de uma nova investigação, Khodorkovsky recebeu a visita de agentes do serviço secreto, afirma o Kommersant, que menciona fontes que solicitaram anonimato. Os agentes contaram que o estado de saúde da mãe do ex-magnata piorava a cada dia e que ele seria objeto de uma nova investigação, afirma a publicação. "Esta conversa, que aconteceu sem a presença de seus advogados, obrigou Khodorkovsky a escrever ao presidente", completa o Kommersant. Na quinta-feira, os advogados e a mãe de Khodorkovsky afirmaram que não tinham nenhuma informação sobre o pedido de indulto. Pouco antes de anunciar que concederia o indulto, Putin deu a entender que o ex-magnata não devia temer um terceiro processo. Khodorkovsky, 50 anos, foi detido em 2003 e condenado em 2005 a oito anos de prisão por "falta de pagamento e fraude fiscal". Em 2010, ao fim de um segundo julgamento por "roubo de petróleo e lavagem de dinheiro" de 23,5 bilhões de dólares, Khodorkovsky recebeu pena adicional de seis anos. A condenação foi posteriormente reduzida em duas ocasiões, o que deixava a data de libertação do ex-presidente do grupo Yukos em agosto de 2014. O mais rebelde dos oligarcas surgidos nos anos 90, e que foi o homem mais rico da Rússia, caiu em desgraça depois da chegada de Putin ao Kremlin.

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