Esta é a segunda ocupação desde que os alunos entraram em greve, no final de maio
Os estudantes que ocupam, desde a manhã desta terça-feira (16), o prédio da reitoria da Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (Unesp), na região central de São Paulo, denunciam a ameaça de reintegração de posse com repressão policial.
De acordo com nota do DCE-Helenira Resende, a Assessoria Jurídica da Unesp está negociando com pessoas suspeitas de serem do comando da Polícia Militar um plano para a reintegração do prédio.
Os estudantes ainda desmentem a alegação de que estejam mantendo em cárcere privado a Vice-Reitora da Unesp, que permanece nas dependências do prédio. “Ocupamos o prédio de maneira pacífica, permitindo que os funcionários deixassem o local de maneira tranquila e segura”, afirmam.
Esta é a segunda ocupação desde que os alunos entraram em greve, no final de maio – a primeira, em 27 de junho, durou algumas horas e terminou com promessa de diálogo. No entanto, as negociações não avançaram. Em nota anterior, os estudantes informaram que a ocupação tinha como objetivo acabar com o “caráter intransigente nas negociações” e pressionar a reitoria a apresentar resultados.
Confira abaixo nota dos estudantes:
Reitoria da UNESP prepara reintegração de posse contra a ocupação pacífica da reitoria!
Os estudantes da UNESP continuam em luta. Já fazem três meses que fortalecemos a greve geral da UNESP contra as políticas que precarizam ainda mais nossa Universidade. No último final de semana, estivemos em plenária estadual e deliberamos a ocupação da reitoria frente a intransigência e a enrolação do reitor. Hoje, 16 de julho, pela manhã, ocupamos o prédio de maneira pacífica, permitindo que os funcionários deixassem o local de maneira tranquila e segura. Nesse momento, a Assessoria Jurídica da UNESP está em uma reunião de negociação com pessoas suspeitas de serem do comando da Polícia Militar de São Paulo arquitetando um plano para aprovar a reintegração de posse do prédio com repressão policial. Eles alegam que estamos mantendo alguns funcionários e a Vice-Reitora nas dependências do prédio em cárcere privado, O QUE É MENTIRA. A reitoria da UNESP, como a reitoria da USP em 2011, está tramando para reprimir mais um movimento social que luta por uma Universidade para o povo, uma Educação pública de qualidade e por Democracia. Hoje, os 72 estudantes da USP que foram presos sofrem repressão por meio de processos civis. O movimento estudantil da UNESP não vai aceitar esse ataque! Reiteramos que estamos e sempre estivemos abertos às negociações! Pedimos às entidades, sindicatos e organizações políticas que enviem moções de repúdio contra essa ameaça de repressão!
A repressão não vai passar, não vamos tolerar um ataque da reitoria e do Governo do Estado de São Paulo como aconteceu na USP em 2011.