ÁFRICA

Dilma afirma que Mandela inspirou o Brasil

Dilma, ex-guerrilheira que, como Mandela, foi presa durante o regime ditatorial, discursou em homenagem

France Press
10/12/2013 às 11:51.
Atualizado em 27/04/2022 às 17:54

A presidente brasileira, Dilma Rousseff, afirmou nesta terça-feira (10), durante a cerimônia de homenagem a Nelson Mandela, que a luta do ex-presidente contra o apartheid inspirou o Brasil, um país "com sangue africano nas veias", e a toda a América do Sul. Dilma, uma ex-guerrilheira que, como Mandela, foi presa e torturada durante o regime ditatorial (1964-83), discursou no estádio de Soccer City, em Soweto, ao lado de outros líderes mundiais que vieram prestar uma última homenagem ao herói nacional sul-africano, falecido quinta-feira aos 95 anos de idade. "Trago aqui o sentimento de profundo pesar do governo e do povo brasileiro e, tenho certeza, de toda a América do Sul pela morte desse grande líder Nelson Mandela", afirmou Dilma ao iniciar seu discurso. "Personalidade maior do século XX, Nelson Mandela conduziu com paixão e inteligência um dos mais importantes processos de emancipação do ser humano da história contemporânea, o fim do apartheid na África do Sul", prosseguiu. "O apartheid que Mandela e o povo derrotaram foi a forma mais elaborada e cruel da desigualdade social e política que se tem notícia nos tempos modernos. [Mandela] Inspirou a luta no Brasil e na América do Sul", garantiu a presidente do segundo país com a maior população negra do mundo, depois da Nigéria. "Madiba, como carinhosamente vocês o chamam, constituiu exemplo e referência para todos nós, pela histórica paciência com que suportou o cárcere e o sofrimento, pela lúcida firmeza e determinação que revelou em seu combate vitorioso, pelo profundo compromisso com a justiça e a paz, sobretudo, por sua superioridade moral e ética", disse Dilma. "Sua luta [de Mandela] transcendeu suas fronteiras nacionais e inspirou homens e mulheres, jovens e adultos, a lutarem por sua independência e pela justiça social. Deixou lições não só para seu querido continente africano, mas para todos aqueles que buscam a liberdade e a justiça e a paz no mundo", destacou. "O governo e o povo brasileiro se inclinam diante da memória de Nelson Mandela. Transmito à senhora Graça Machel [viúva de Mandela], aos seus familiares, ao presidente [Jacob] Zuma e a todo o povo sul-americano, sul-africano, nosso profundo sentimento de dor e de pesar. Viva Mandela para sempre!", afirmou a presidente brasileira ao final de seu discurso. Na cerimônia, Dilma recebeu um abraço do presidente Barack Obama, que, em seguida apertou a mão de seu colega cubano Raúl Castro, com quem trocou algumas palavras. Veja também Obama e Raul Castro apertam as mãos em homenagem Obama ofereceu este aperto de mãos histórico antes de subir na tribuna para pronunciar seu discurso Começa em Soweto a cerimônia de homenagem a Mandela Quase 100 chefes de Estado, assim como monarcas e líderes religiosos, acompanham o evento sob chuva Dezenas de chefes de Estado se despedem de Mandela Dezenas de milhares de pessoas caminharam durante a madrugada para o estádio Soccer City

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