INSEGURANÇA

Comércio se arma contra 'gangue da marcha a ré?

Modalidade se expande e força empresários da região a investir em métodos de proteção

Patrícia Azevedo
04/06/2013 às 05:30.
Atualizado em 27/04/2022 às 14:31

A disseminação de ataques cometidos pelas chamadas gangues da marcha a ré está levando comerciantes de Campinas a incrementar a segurança de suas lojas. Policiais ouvidos pela reportagem contam que o crime, que começou a ser cometido por um bando específico, está sendo copiado por vários criminosos.

Temendo ser vítimas de novos ataques, empresários da cidade decidiram se proteger. Barreiras físicas, alarmes e câmeras de monitoramento compõem o arsenal de proteção. O empresário Samuel Paulani, dono de uma loja de tênis na rua Coronel Quirino, no Cambuí, foi vítima da gangue em março. Teve um prejuízo de R$ 30 mil e mudou todo o seus sistema de segurança. “Instalei essas barreiras físicas, coloquei câmeras de monitoramento e troquei o sistema de alarme. Espero que tenha sido o primeiro e único roubo” , contou.

No início de maio, a onda de ataques a lojas de Nova Odessa obrigou comerciantes da cidade instalarem barreiras de concreto na frente de seus estabelecimentos. Pelo menos dez lojas construíram bloqueios na calçada para impedir que bandidos subam com veículos na guia para quebrar vitrines e portas de ferro para furtar e saquear produtos.

Depois de ter sido vítima da gangue pela segunda vez, a unidade das Casas Bahia na avenida Senador Saraiva, em Campinas, instalou seis postes de metal na entrada da loja para impedir novos ataques. A rede de lojas afirmou, em nota, que não costuma detalhar as medidas de segurança. Uma loja de roupas de grife no Cambuí também instalou uma barreira metálica para impedir que a vitrine seja novamente derrubada. Seus proprietários não foram localizados para comentar o assunto.

A reportagem apurou com policiais da cidade que a nova modalidade de crime, em que bandidos usam um carro para arrombar vitrines e fugir levando as mercadorias, não é cometida apenas por uma quadrilha. “Três membros da gangue foram presos, mas os crimes continuam em outros bairros com um modo de operação diferente”, afirmou um PM que pediu para não ser identificado.

Mais dois casos

Na manhã de segunda (3), dois novos ataques foram registrados em Campinas. O primeiro ocorreu em uma loja de som automotivo localizada na Avenida Ana Beatriz Bierrembach, na Vila Mimosa. Segundo informações da Polícia Militar, vizinhos do estabelecimento ouviram o barulho e acionaram a PM por volta das 3h. Quando a polícia chegou ao local, os bandidos já tinham fugido em uma Fiorino branca carregada com caixas de som, auto falantes, potências, monitores e ferramentas.

Vinte minutos depois bandidos atacaram novamente uma loja de som automotivo nos Campos Elíseos. Lá os bandidos não concluíram o roubo porque o carro bateu em um pilar de concreto. Ninguém foi preso. Já são 26 os ataques deste tipo na Região Metropolitana de Campinas (RMC) deste o começo do ano.

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