UM ANO

Bebê morre em Itu e mãe é suspeita de tortura

Pai da criança sabia que a mulher maltratava os filhos, mas tinha medo de denunciá-la

Yasmine Souza
yasmine.souza@rac.com.br
15/07/2013 às 22:12.
Atualizado em 27/04/2022 às 15:19

A Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher (DDM) de Itu investiga a morte de um bebê, de um ano de idade, suspeito de ter sido torturado pela própria mãe, de 18 anos. A criança deu entrada no pronto atendimento da Vila Martins, na tarde de domingo (14), e morreu minutos depois, por causas desconhecidas.

A dona de casa Maria Angélica Graciano Gomes afirmou na delegacia que o filho começou a passar mal após ser amamentado e se engasgar com o leite, mas no receituário em que foi solicitado o laudo do Instituto Médico Legal(IML), o médico afirma que a criança chegou à unidade com parada cardiorrespiratória e que havia dúvida sobre a causa da morte. Segundo a polícia, os médicos não encontraram leite nem outros alimentos nas vias respiratórias do bebê.

O Conselho Tutelar informou que, além do menino, o irmão de dois anos também passou por atendimento no Hospital São Camilo, porque apresentava sinais claros de agressão, como hematomas pelo corpo, suspeita de fratura no braço, machucado nos tornozelos e mordidas nas costas. A mãe dos meninos foi presa em flagrante por tortura.

De acordo com a Guarda Civil Municipal, o irmão mais velho tinha marcas de amarrações na perna e a mãe afirmou que havia amarrado as meias nos pés do bebê com uma corda para que a mesma não caísse. De acordo com a delegada que registrou a ocorrência, Márcia Ferreira Cruz, a criança que morreu já havia fraturado as duas pernas aos quatro meses de idade, indícios que levaram à autuação da mãe por tortura .

O pai das crianças contou que não estava na casa na tarde de domingo, porque estava trabalhando, mas que sabia que Maria Angélica maltratava os filhos, porém nunca denunciou com medo de perdê-los.

Se condenada, Maria Angélica pode ficar presa por até oito anos. A DDM investiga agora se o menino morreu vítima de maus tratos. Caso fique comprovado, por meio do laudo do IML, a mãe responderá por homicídio. Ela foi encaminhada para a cadeia pública de Votorantim. O filho mais velho foi entregue a uma tia, irmã do pai das crianças.

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