ORIENTE MÉDIO

Ataques de Israel matam 29 em Gaza neste domingo

Ofensiva israelense está no 5º dia, em meio a esforços por trégua

France Press
30/10/2013 às 10:06.
Atualizado em 27/04/2022 às 17:13

Vinte e nove palestinos, em sua maioria mulheres e crianças, foram mortos neste domingo (18), dia mais violento da ofensiva israelense lançada há cinco dias contra Gaza, enquanto os esforços por uma trégua se intensificavam. Enquanto o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, previa que Israel estava preparado para "estender significativamente" suas operações, referindo-se a uma ofensiva terrestre, o presidente americano, Barack Obama, e o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, pareciam tentar dissuadi-lo. Desde o início da ofensiva israelense "Pilar de defesa" com o assassinato do chefe de operações militares do Hamas, Ahmad Jaabari, na quarta-feira em Gaza, 75 pessoas morreram, sendo 72 palestinos e três israelenses. Neste domingo, 11 palestinos, incluindo quatro mulheres e cinco crianças, e nove membros de uma mesma família, foram mortos à tarde em um ataque aéreo que destruiu um prédio de três andares do bairro de Nasser (norte), na cidade de Gaza. "Israel, o que as crianças e os recém-nascidos fizeram?", perguntava indignado Khalil al-Dallou, que chorava copiosamente pela morte de seu primo Mohamed, de 35 anos. "O massacre da família Dallou não ficará impune", advertiram as Brigadas Ezzedine al-Qassam, braço armado do movimento Hamas que governa a Faixa de Gaza. "Este massacre mostra que o ocupante se vinga de seu fracasso militar atacando civis. Os israelenses vão pagar", afirmou Sami Abu Zuhri, porta-voz do movimento. Durante a noite, dois palestinos morreram em um ataque aéreo israelense na Cidade de Gaza, de acordo com uma fonte médica. O ataque atingiu o bairro de Tal al-Hawa, indicou Achraf al-Qudra, porta-voz do Ministério da Saúde do governo do Hamas. Um terceiro palestino perdeu a vida na noite deste domingo em um ataque contra uma casa em Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza. A vítima é Hussein Jalal, um menino de apenas 6 anos. À tarde, seis homens morreram em uma série de ataques israelenses contra o norte e o centro do território palestino. De manhã, seis palestinos, incluindo quatro crianças, foram mortos, incluindo um casal de irmãos de 3 anos e 1 ano no norte, assim como uma criança de 18 meses, no centro. Depois da sede do governo do Hamas, completamente destruída no sábado, a aviação israelense atacou dois centros de imprensa em Gaza, ferindo pelo menos oito jornalistas palestinos. Do lado israelense, pelo quarto dia consecutivo, as sirenes de alerta soaram em Tel Aviv. A polícia anunciou em seguida que dois foguetes tinham sido interceptados pelo sistema antimísseis "Iron Dome". Mais da metade dos palestinos mortos é de civis, segundo fontes médicas e das organizações de defesa dos direitos humanos. Os três israelenses, todos civis, morreram na quinta-feira atingidos por um disparo de foguete no sul de Israel. É "preferível" evitar uma operação terrestre Pelo menos 846 foguetes foram disparados desde quarta-feira em direção a Israel, sendo que 302 foram interceptados pelo sistema antimísseis "Iron Dome", segundo o Exército israelense. Israel mobilizou milhares de reservistas e deslocou blindados de transportes de tropas, bulldozers e tanques na fronteira para a Faixa de Gaza. O presidente americano reafirmou que "Israel tem o direito de esperar que mísseis não sejam disparados contra seu território". "Se isso puder ser resolvido sem a ampliação das atividades militares em Gaza, é preferível", acrescentou em Bangcoc. Londres já tinha alertado que uma operação terrestre poderia "custar" a Israel "grande parte" de seu apoio internacional. Hague considerou que isso "ameaçaria prolongar o conflito". O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, afirmou neste domingo em Tel Aviv que "é preciso intervir com urgência" para obter um cessar-fogo entre Israel e os grupos armados palestinos da Faixa de Gaza. "A guerra não é uma opção. Nunca é uma solução. É preciso intervir com urgência. Há duas palavras-chave: urgência e cessar-fogo", declarou Fabius durante uma entrevista coletiva à imprensa em Tel Aviv ao final de um dia de visitas a autoridades de Israel e ao presidente palestino, Mahmud Abbas. Já Abbas pediu neste domingo aos palestinos que se manifestem pacificamente contra a "agressão israelense em Gaza". Uma autoridade israelense foi neste domingo ao Cairo para discutir uma trégua. Um alto funcionário do Hamas em Gaza, Ahmed Yussef, indicou que o movimento quer "o fim do bloqueio injusto a Gaza e o fim das frequentes agressões e assassinatos israelenses". O presidente egípcio, Mohamed Mursi, havia se mostrado otimista no sábado, mencionando contatos com os dois lados e "algumas indicações sobre a possibilidade de um cessar-fogo em breve". "Pilar de defesa" é a mais vasta operação israelense contra Gaza desde a ofensiva devastadora de dezembro de 2008 - janeiro de 2009, que apenas causou a suspensão temporária dos disparos de foguetes.

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