PAULISTA DA SÉRIE A-2

Estreia em dia especial

Primeiro jogo do torneio será nesta quarta-feira (17), às 20 horas

Felipe Rodrigues
17/01/2018 às 09:24.
Atualizado em 28/04/2022 às 02:33
Os treinos do plantel são constantes e continuarão neste ritmo (Antonio Trivelin)

Os treinos do plantel são constantes e continuarão neste ritmo (Antonio Trivelin)

Quarta-feira, 17 de janeiro de 2018 O XV de Piracicaba estreará no Campeonato Paulista da Série A-2 nesta quarta-feira (17), às 20 horas, no Barão de Serra Negra, contra o Rio Claro, em uma data muito especial. Há exatos 50 anos, em 17 de janeiro de 1968, o alvinegro sagrava-se campeão da Primeira Divisão Estadual de 1967 (o equivalente à Série A-2), após vencer o Bragantino por 4 a 3 no Pacaembu. Era o último jogo do triangular final que envolveu, ainda, o Paulista de Jundiaí (SP), que havia sido derrotado pelo XV por 2 a 0. Amauri, duas vezes, Joaquinzinho e Piau marcaram no jogo do título. O clube piracicabano que conquistou o tricampeonato da Série A-2 foi a campo com Claudinei; Neves, Piloto, Protti e Zé Carlos; Hidalgo e Eli Cotucha; Amauri, Joaquinzinho, Varner e Piau. O ex-goleiro do clube, Hélio Sacconi, participava do elenco campeão. "O goleiro titular era o Claudinei, a gente revezava na reserva, eu e o Donah", conta. "Naquele tempo, era diferente. O equivalente à Série A-1 era a Divisão Especial. A Série A-2 era a Primeira Divisão, e assim por diante". O quinzista recorda a festança com a conquista. "Nós saímos do jogo e fomos para a Gazeta Esportiva, em São Paulo", diz. Em meio às notícias que ele guarda da época, há fotos dessa visita do grupo ao mais tradicional jornal esportivo da época. Na imprensa local, os jornais falavam em mais de cinqüenta mil pessoas pelas ruas de Piracicaba celebrando o título. Uma charge transformou o Nhô Quim em um tatu (referência à Tatuzinho, empresa do então presidente do XV, Humberto D'Abronzo), festejando sobre os símbolos do Paulista e Bragantino. No ano anterior à conquista, o clube de Piracicaba havia feito a final com a Ferroviária, e jogava pelo empate para garantir a vaga no Grupo Especial, mas a equipe foi derrotada e permaneceu na Primeira Divisão. Também em 1966, lembra Sacconi, o presidente D'Abronzo contratou três vagões de trem para a torcida ir até jogo que foi disputado contra o Paulista, fora de casa. O problema é que houve briga entre as torcidas - a rivalidade estendeu-se para o ano seguinte, quando os quinzistas retornaram para Jundiaí. "A gente precisou trocar de roupa no restaurante na estrada, entramos no estádio no camburão da polícia. Só que, assim que a gente chegou no estádio, a torcida percebeu que a estávamos no veículo policial e começou a atirar, de lá de cima, da arquibancada, aqueles fogos caramuru (foguete de três tiros) em cima da gente. Durante o jogo, os torcedores de Jundiaí ficavam jogando pedras com estilingue, o lateral chegou a levar uma pedrada". São histórias de um tempo diferente. "Nesse jogo, a gente saiu na frente, sofremos o empate e o juiz deu um pênalti meio estranho. Na primeira cobrança, eu cheguei a defender o chute, mas o árbitro mandou voltar. Aí eu tomei o gol", lembra. "No fim, recebemos o bicho pelo heroísmo", afirma. Sacconi começou no XV em 1961, com 16 anos de idade, como reserva de Fernandes. "Existia um companheirismo muito grande. Havia jogos que já estavam com o placar decidido e o goleiro titular sentia alguma contusão só pra gente que estava no banco entrar pra jogar". Do XV, ele foi para o São Carlos, Rio Claro e também jogou no Independente de Limeira. "Eram outros tempos. A gente jogava descalço, ali nas categorias de base do XV, ia lá brincar de bola, e o pessoal acabava levando a gente pra jogar no profissional". Sua estreia junto dos profissionais aconteceu justamente diante de um dos times mais temíveis do futebol brasileiro: o Santos de Pelé. "O Orlando, que era reserva do Fernandes, machucou-se, e eles me chamaram para compor o grupo que foi à Vila Belmiro". O XV sofreu uma derrota de 3 a 1 da famosa equipe que contava com nomes como Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Equipe competitiva para a disputa da Série A-2 O troféu da conquista referente ao campeonato de 1967 está presente na galeria do Barão de Serra Negra e serve de inspiração para o atual elenco, que conta com atletas que já sentiram o gosto deste mesmo título. Entre eles, o maior vencedor é o lateral-esquerdo Pedrinho, que ganhou pelo Capivariano, sob o comando de Evaristo Piza, em 2014, e pelo Santo André, em 2016. Com a própria camisa zebrada, o meio-campista André Cunha foi campeão em 2011 e luta pelo bicampeonato. “São jogadores experientes, que foram contratados porque têm condições de defenderem o clube. Dentro de uma análise entre membros da diretoria, departamento de futebol e comissão técnica, detectamos que essa era a melhor opção. Contamos com atletas vitoriosos, que possuem acessos ao longo de suas carreiras e, além disso, obtiveram marcas pessoais importantes”, descreveu Piza sobre o plantel formado para este Paulistão A-2. A ideia foi formar um encaixe entre os recém-chegados e os remanescentes de 2017. “Mesclamos com o grupo que permaneceu da Copa Paulista, agregando valores e, assim, acreditamos que teremos uma equipe bastante competitiva para representar bem a grandeza do XV de Piracicaba”, completou o treinador, lembrando das 11 contratações feitas pelo Nhô Quim, que manteve praticamente metade do elenco do ano passado. A meta é o retorno à elite estadual, mas Piza sabe das dificuldades que terá pela frente, tanto que evita, neste momento, apontar os favoritos a obterem as duas almejadas vagas para o Paulistão de 2019. “É difícil falar antes de a bola começar a rolar. Você pode até apontar os times que mais investiram, que possuem mais tradição, porém isso não é garantia de que as coisas darão certo. Vamos ter uma ideia melhor na terceira ou quarta rodada”, analisou.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por