Internacional

EUA estudam envio de sistema antimíssil para ajudar defesa da Ucrânia

Estadão Conteúdo
11/10/2022 às 16:23.
Atualizado em 11/10/2022 às 16:27

A Otan, aliança militar que reúne os principais países do Ocidente, e o G-7, grupo dos países mais industrializados do mundo, condenaram nesta terça-feira, 11, os bombardeios russos que deixaram ao menos 19 mortos na Ucrânia e reforçaram seus compromissos com a defesa coletiva e de Kiev. O G-7 prometeu agilidade em fornecer o apoio que a Ucrânia precisar para defender sua soberania e integridade territorial, enquanto os EUA afirmaram estar comprometidos em enviar sistemas de defesa aéreos ao país do Leste Europeu.

O G-7 convocou uma reunião virtual de emergência com a participação do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, nesta terça, para avaliar o cenário da guerra após o ataque russo na segunda. Os líderes mundiais prometeram um apoio financeiro e militar para a Ucrânia e enfatizaram "consequências severas" para a Rússia, caso utilize armas químicas, biológicas ou nucleares.

"Estamos inabaláveis e firmes em nosso compromisso de fornecer o apoio que a Ucrânia precisa para defender sua soberania e integridade territorial", disse o grupo em comunicado divulgado ao fim da reunião. "Condenamos esses ataques nos termos mais fortes possíveis e lembramos que ataques indiscriminados contra civis inocentes são um crime de guerra. Faremos com que o presidente Putin e os responsáveis prestem contas". A Rússia nega ter atacado civis deliberadamente.

Convidado a participar da reunião, o presidente Volodmir Zelenski pediu aos líderes das potências econômicas que enviassem "sistemas de defesa aérea modernos e eficazes" para ajudar na identificação e combate de mísseis e drones russos, particularmente os fornecidos pelo Irã.

De acordo com o conselheiro nacional de segurança dos EUA, John Kirby, o país está trabalhando para entregar à Ucrânia as duas primeiras unidades de um prometido sistema de defesa aérea de médio alcance. O sistema deve ser entregue até dezembro, disseram autoridades de defesa. Outras seis unidades também são destinadas à Ucrânia, mas a fabricação delas provavelmente levará um ano ou mais.

Na declaração conjunta, o G-7 também alerta Belarus contra qualquer envolvimento adicional no conflito. Logo após a onda de bombardeios, o presidente Alexander Lukashenko, um dos poucos aliados do Kremlin, acusou Kiev de preparar um ataque ao seu país, acrescentando que a Rússia e Belarus, mobilizariam uma força conjunta, sem especificar onde. Mas nesta terça-feira, seu ministro da Defesa, Viktor Khrenin, esclareceu que o papel dessas tropas será puramente defensivo.

Em paralelo, a Otan anunciou que vai aumentar o nível de segurança em torno de instalações importantes em seus países-membros em meio à escalada de ameaças da Rússia contra o Ocidente. Uma reunião com ministros da Defesa foi convocada para a quarta-feira, 12, para revisar a política nuclear defensiva.

"Não vimos nenhuma mudança na posição da Rússia, mas nos mantemos alerta", afirmou o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, em entrevista a repórteres nesta terça. O ex-premiê da Noruega também confirmou que o bloco vai realizar os exercícios anuais de dissuasão nuclear, chamados de Steadfast, mas negou qualquer relação com os últimos acontecimentos na Ucrânia, referindo-se a eles como rotina.

Assim como Zelenski, Stoltenberg também pediu aos aliados, mencionando os EUA e a Alemanha, que enviassem sistemas de defesa aérea modernos para a Ucrânia, para que Kiev continue capaz de resistir e fazer recuar o avanço russo.

"Esses sistemas de defesa aérea estão fazendo a diferença porque muitos dos mísseis que chegam foram derrubados por sistemas ucranianos fornecidos por aliados da Otan", disse ele. "Também precisamos de mais munição para esses sistemas e congratulo-me com o fato de os aliados estarem fazendo isso."

A atenção dos aliados com a infraestrutura crítica europeia aumentou desde o episódio de sabotagem envolvendo os gasodutos Nordstream, que cortam o Mar Báltico para levar gás natural da Rússia para os países europeus. Ainda não está claro quem está por trás da sabotagem. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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