Técnico Cléber Gaúcho durante atividades nesta temporada no Barão: ele levou o time ao título em 2016 (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)
Profissionais do futebol evitam falar em revanche, vingança ou dar o troco, pelo menos publicamente. Esses sentimentos estariam vinculados aos torcedores, que agem mais com a emoção nas arquibancadas. Hoje, para o XV de Piracicaba, este substantivo, isto é, a revanche certamente estará na ordem do dia não apenas para a torcida, mas também para o clube.
A partir das 15h, na Arena Inamar, em Diadema, começa a decisão da semifinal da Copa Paulista diante do algoz São Caetano.
No ano passado, o Azulão eliminou o Alvinegro nas quartas de final da mesma competição. Antes, em 2019, o mesmo adversário foi campeão em cima do XV na decisão da Copa Paulista. Jogos que estão entalados na garganta do torcedor alvinegro.
Tudo bem que hoje os jogadores são outros, exceto o atacante Matheus Martins, que vivenciou a eliminação no ano passado, mas passar pelo Azulão terá inúmeros significados para o XV e sua torcida.
O XV do técnico Cléber Gaúcho poderá se classificar com dois empates ou placares agregados, pois fez melhor campanha na fase de grupos. O jogo de volta será no próximo sábado, também às 15h, no Estádio Municipal Barão da Serra Negra.
A outra decisão de semifinal reúne Portuguesa e Marília, que abriram a rodada ontem, após o fechamento desta edição. O Marília, vice-campeão em 2020, também tem a vantagem de dois empates ou placar agregado contra a Lusa. O jogo de volta entre as duas equipes será no sábado que vem, às 17h, em Marília.
Dos quatro semifinalistas, só o Marília não tem o título da Copa Paulista. O time foi vice em 2020. O XV foi campeão em 2016 com o mesmo treinador desta temporada, além de vice em 2008 e 2019. O Azulão foi campeão em 2019 e a Lusa campeã em 2020.
Além da escolha de uma vaga na Série D ou na Copa do Brasil, o vencedor da Copa Paulista ganha um prêmio de R$ 250 mil; o vice leva R$ 150 mil. Em termos de competição, geralmente o campeão fica com a Série D e o vice com a Copa do Brasil. O XV disputou a D em 2017 e a Copa do Brasil em 2020. Em 2008 não havia vaga nacional.
Desempenhos
Na primeira fase, o XV se classificou em segundo lugar no Grupo 2, com 17 pontos ganhos. O Azulão foi o primeiro no Grupo 3, mas com 15 somados. Nas quartas de final o XV superou o Água Santa com um empate no jogo de ida e uma vitória no jogo de volta: 1 a 1 e 2 a 1, respectivamente. O São Caetano superou o Botafogo de Ribeirão Preto: 2 a 1 em casa e 1 a 1 no interior.
Durante a competição, o XV passou por instabilidades e chegou a ver ameaçada a classificação para as quartas. Mas Cléber sempre enalteceu o grupo, composto, em parte, por pratas da casa. "A gente tem gana, vontade de vencer", destacou.
Entre os jogadores, a sensação é que todos os duelos são uma decisão para o XV. O zagueiro João Maistro disse que o grupo evoluiu na competição e se preparou com afinco. "É um grupo com objetivos e decisivo", afirmou.
Ele sabe que o Azulão é uma equipe forte e o jogo fora de casa exigirá muita atenção. "A postura nossa será a que estamos tendo em todos os jogos. Vamos entrar fortes pois sabemos da qualidade do São Caetano. Não podemos entrar desligados, não pode entrar fraco nas divididas", disse ele.
Tudo leva a crer que a torcida alvinegra estará em bom número hoje na Arena Inamar. O clube e a Torcida Esquadrão promoveram caravanas para a partida de hoje à tarde. O estádio Anacleto Campanella, do São Caetano, passa por reformas e por isso o time manda os jogos na vizinha Diadema.
Escalação
Para o jogo de hoje, o Alvinegro deve entrar com: Wellington, Mika, João Maistro, Otávio Gut, Enzo, Samuel Andrade, Vitor Braga, Matheus Martins, Vinicius Alves, Maikon Aquino, Lucas Duni.
Por conta das expulsões do técnico Cléber Gaúcho e do preparador físico Leonardo Tabai, que levaram cartão vermelho no jogo diante do Água Santa, no Barão, os substitutos hoje serão o auxiliar técnico Ronaldo Guiaro e o preparador físico Fábio Ferreira (da base), respectivamente.
O São Caetano é comandado pelo técnico a Axel Rodrigues. Este ano, na Série A2 do Paulistão, o time não passou da primeira fase onde ficou em 11º lugar. Tradicional, o clube já foi vice-campeão brasileiro duas vezes (2000 e 2001) e vice da Libertadores em 2002.