32 participações

Preté, de 73 anos, estará novamente na São Silvestre

“Estou treinando desde novembro especificamente para a prova. São dois dias de treinos e um de descanso”, disse

José Ricardo Ferreira
28/12/2022 às 06:40.
Atualizado em 28/12/2022 às 06:41
Preté durante sessão de alongamento antes dos treinos nessa temporada de corridas (Arquivo/Gazeta de Piracicaba)

Preté durante sessão de alongamento antes dos treinos nessa temporada de corridas (Arquivo/Gazeta de Piracicaba)

Um dos corredores mais famosos de Piracicaba e região, José Antonio Teixeira Leite, o Preté, 73 anos, completa no próximo sábado, na avenida Paulista, em São Paulo, sua 32ª corrida internacional da São Silvestre. Em 2020 a tradição foi quebrada por causa da pandemia de Covid-19 e a corrida acabou cancelada pela primeira vez desde que o evento foi criado, em 1925.

“Estou treinando desde novembro especificamente para a prova. São dois dias de treinos e um de descanso”, disse ontem o corredor, que faz 10 km por dia de treino na região da avenida Cruzeiro do Sul.

Preté não é apenas famoso por ser um corredor assíduo, mas também por registrar minuciosamente suas participações em provas. É isso também que o torna diferenciado.

Ele corre há 36 anos e 10 meses. Com a São Silvestre, no próximo sábado, serão 1.275 provas desde quando optou em praticar o pedestrianismo. São praticamente 35 provas por ano. Haja fôlego e preparação para tanto. “É muita dedicação e disciplina”, afirmou.

“Esse ano vou fechar a temporada com 75 provas. No ano passado fiz mais, 83”, comparou o corredor.
Completar a temporada correndo a São Silvestre é uma festa e quase que uma obrigação para corredores veteranos como o Preté. É um ritual para fechar o ano. Ele se recorda que o melhor tempo que fez na famosa prova de rua foi 1h35min., em 2000. Reconhece, porém, que essa marca não será mais quebrada por ele devido à idade, mas desde então a meta é concluir a prova em no máximo 1h40min.

Para ele, a São Silvestre exige sempre concentração, mesmo depois de mais de três décadas participando desta prova internacional que chega a sua 97ª edição este ano.

Embora sejam apenas 15 km, subir a ladeira da Brigadeiro não é uma tarefa tão simples, segundo o corredor. Principalmente para milhares de inscritos que não moram na capital e treinam em suas cidades buscando “imitar” o trajeto mais difícil da prova.

Preté já soma 401 corridas só em Piracicaba desde 1986. Já disputou provas em 160 cidades e obteve 498 pódios. E tem mais: são 87 corridas virtuais em 2021 e 2022. Ele sonha entrar no Guinness World Records, que historicamente reúne inúmeros recordes internacionais. O feito dele, devidamente registrado, é ter percorrido mil quilômetros em 100 dias, de janeiro a agosto de 2021. “Mas está difícil registrar no Guinness”, disse.

Hoje Preté volta a treinar na Cruzeiro do Sul. São os acertos finais, apenas. Não adianta forçar às vésperas da prova. Foi um ano bom, sem graves lesões. “Agradeço os apoios da Secretaria de Esportes, do amigo João Braga e do vereador Acácio Godoy”, disse. A Selam disponibilizou um micro-ônibus com 26 lugares para levar os corredores à capital.

Preté, que ganha a vida limpando piscinas, conta que gosta de treinar sozinho. “Para ter o meu ritmo, sem fazer diferença com ninguém”, afirma o veterano corredor. E desta forma solitária, ele continua escrevendo sua história por onde corre.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por