Multidão acompanhou carro de bombeiros que transportou corpo de Pelé pelas ruas de Santos (Amanda Perobelli/Reuters)
O corpo do Rei do Futebol, Pelé, foi sepultado na tarde de terça-feira (3) no Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, em uma cerimônia reservada que contou apenas com a presença de familiares e amigos próximos.
O sepultamento teve início por volta das 14h (horário de Brasília), após o carro de bombeiros percorrer as ruas de Santos com o corpo de Edson Arantes do Nascimento em um cortejo que durou cerca de três horas e meia.
No Memorial, o corpo de Pelé ficará em uma mausoléu no primeiro andar do Memorial Necrópole Ecumênica. O corpo do pai do Rei do Futebol, Dondinho, está sepultado no mesmo Memorial.
Velório e cortejo
Mais de 230 mil torcedores prestaram as últimas homenagens a Pelé, cujo velório aberto ao público chegou ao fim às 10h desta terça-feira na Vila Belmiro, estádio do Santos. Uma hora antes do término da cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou para dar o último adeus ao Rei do Futebol.
Acompanhado da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, Lula ficou ao lado do corpo do ex-jogador durante uma oração em área reservada a familiares e autoridades que durou aproximadamente 20 minutos. O presidente deixou o estádio sem falar com a imprensa.
Após o fechamento dos portões, o caixão com o corpo de Pelé deixou a Vila Belmiro em cima de um caminhão dos bombeiros para cortejo pelas ruas da cidade litorânea paulista. O trajeto incluiu a Avenida Coronel Joaquim Montenegro (Canal 6), na qual vive Celeste Arantes, mãe de Pelé.
Ausências
O velório de Pelé mobilizou autoridades e personalidades do esportes. No entanto, nenhum dos principais jogadores da atualidade nem ex-jogadores pentacampeões mundiais foi pessoalmente à cerimônia dar o último adeus ao rei.
Do grupo do tetra, apenas Mauro Silva marcou presença. O ex-meio-campista é vice-presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) e esteve representando a entidade que comanda o futebol paulista.
No Catar, onde acompanhou a Copa do Mundo, Kaká disse que os brasileiros, no geral, não valorizam os ídolos do esporte que Ronaldo, no Brasil, era "só um gordo andando pela rua". No entanto, nem ele nem outro ex-jogador do penta foi ao velório, bem como a um evento organizado pela Conmebol durante o Mundial em homenagem ao Rei.
Ronaldo, Romário e Neymar foram ausências sentidas. Os três mandaram coroas de flores, mas os dois primeiros não explicaram porque não puderam estar na solenidade. Neymar, astro do Paris Saint-Germain revelado pelo Santos, não pôde comparecer à Vila Belmiro, porque, segundo o pai do atleta, Neymar da Silva Santos, que o representou na solenidade, não foi liberado pelo Paris Saint-Germain. O problema é que o clube, mais tarde, negou a não liberação.
Essas ausências, sobretudo dos principais nomes do penta, incluindo também Ronaldinho Gaúcho e Cafu, provocaram críticas aos ausentes e geraram estranhamento. Amigos, ex-atletas históricos do Santos e a família de Pelé não entenderam algumas das ausências.
Por outro lado, ídolos do Santos e companheiros de Pelé, como Manoel Maria, Clodoaldo, Lima, Lalá, e Aguinaldo, goleiro que carregou o Rei no colo quando ele anotou o seu milésimo gol, foram dar adeus ao amigo e se emocionaram. Outras figuras importantes do Santos, como Narciso, Leo, Elano, Zé Roberto e Serginho Chulapa foram se despedir do Rei. Entre a madrugada e a manhã de terça-feira passaram pelo velório do Rei Pelé mais alguns ex-jogadores, entre eles Neto, Careca, Aranha e Marcelinho Carioca, todos que defenderam o Santos.