Técnico Montanha foi o responsável pelos times Sub-16 e Sub-18 do XV/Cristóvão/Selam (Divulgação)
O basquete piracicabano ganhou um destaque em 2021 com a participação das equipes do Clube de Campo (CCP) e do XV/Cristóvão/Selam em competições regionais, estaduais e nacionais. É um alento para uma cidade que viu seu basquete brilhar em décadas passadas com times femininos e masculinos, mas hoje vê o templo do esporte, o Ginásio Municipal Waldemar Blatkauskas, sem ver estrelas como Magic Paula ou Pecente desfilando suas genialidades.
O técnico Montanha foi o responsável pelos times Sub-16 e Sub-18 do XV/Cristóvão/Selam e em dezembro levou o Sub-16 ao título inédito da Copa São Paulo, competição realizada pela Secretaria Estadual de Esportes.
Montanha confessa, porém, que 2021 não foi nada fácil. Ele disse que foi uma temporada complicada. “2021 foi um ano muito difícil pra todos com a pandemia e o esporte também foi muito afetado. O Projeto XV Basquete contou com vários parceiros para a retomada e mesmo assim foi muito complicado. Tivemos a parceria com o Clube Cristóvão para a retomada dos treinos e jogos”, disse ele. ”Mas no final foi um ano gratificante e de muita resiliência”.
Montanha disse que no curto prazo está programando o ano de 2022 com as categorias Sub-18 e Sub-20 para assim poder ter uma base de atletas para a volta do basquete adulto.
“Nós priorizamos a formação dos atletas em 2021 e conseguimos com muito êxito com que eles evoluíssem e se destacassem, tivemos vários atletas com convites para sair para outras equipes como Palmeiras, Franca, Corinthians, Rio Claro, Bauru. Muitas delas com times no NBB (Novo Basquete Brasil)”, disse o treinador.
Montanha está otimista e acredita que não é distante a possibilidade de formar um time adulto na cidade de Piracicaba. “Precisamos de mais apoio do setor público e privado que já nos ajudam muito, porém para dar o próximo passo precisamos de mais pessoas e empresas juntas”.
Montanha acredita que o basquete está passando por renovações. “Tivemos a troca do técnico da seleção brasileira adulta e também os técnicos da base; nós treinadores estamos otimistas com a mudança e o desenvolvimento da modalidade no Brasil”.
Montanha trabalha como técnico há mais de 15 anos. Passou por todas as categorias de base, já trabalhou nos Estados Unidos, Itália e Espanha. Quando voltou ao Brasil participou do retorno do Rio Claro Basquete como técnico da base e da equipe profissional. Logo após recebeu o convite para trabalhar na Unifacisa em Campina Grande (PB) no NBB 2019-2020; com a pandemia voltou para perto da família e aceitou o desafio de ajudar no retorno do XV Basquete.
CCP
Marquinhos Silva é o treinador do Sub-17 do CCP, terceiro colocado da Associação Regional de Basquete (ARB) em 2021. Ele disse que o ano foi positivo, apesar da pandemia. Respeitando os protocolos de saúde, participaram dos campeonatos. “Conseguimos ainda um quarto lugar com o Sub-16 no Brasileiro de Clubes que quase nos colocou na etapa final onde estariam os 12 melhores clubes do Brasil”, recordou ele.
O importante, disse Marquinhos, é que o Sub-17 permaneceu entre os três melhores da ARB nos últimos seis anos.
“Para 2022 vamos disputar o Brasileiro de Clubes no Sub-14 e queremos se classificar para a etapa final.
No Sub-17 vamos manter o CCP brigando pelas primeiras colocações da categoria também”, destacou o técnico.
O CCP vai estar nos campeonatos em 2021 com cinco categorias: Sub-12, 13, 14, 16 e 17. Além das escolinhas de 6 a 11 anos.
“Tivemos alguns jogadores que se destacaram em 2021, principalmente no Sub-17 como o Rafael Passos, Guilherme Ferraz e Caleu San Juan, que estão realizando testes em outros clubes e recebendo propostas para continuar jogando o Sub-18”.
Marquinhos também está otimista quanto ao retorno do basquete adulto. “Não acho que Piracicaba está longe de ter novamente um time adulto. AAB XV de Piracicaba voltou esse ano em parceria com o Cristóvão Colombo e reativou as categorias mais velhas. Pelo que acompanho, eles estão formando essa base, que vejo como importantíssima para dar suporte ao adulto, e acredito que estão em busca de recursos. Sabemos que sem um bom patrocinador, fica complicado manter uma equipe de bom nível, competitiva”, explicou o treinador.
Piracicaba sempre teve tradição no basquete e tanto Montanha como Marquinhos estão se dedicando para a categoria adulta retornar às quadras. “Isso não só para a cidade como opção de entretenimento e lazer, mas principalmente para os garotos que jogam nos clubes tenham uma referência e um objetivo que é o de chegar ao profissional”, disse Marquinhos.
Basquete Nacional
Sobre o basquete brasileiro, Marquinhos entende que o momento é de transição e renovação. “Gosto muito do Gustavo de Conti que assumiu os trabalhos frente a seleção masculina. Conhece demais do jogo, sabe trabalhar com os mais jovens, tem o respeito dos veteranos e tem tudo para realizar um ótimo trabalho. Às vezes leio as notícias e a cobrança sobre o Brasil estar fora das Olimpíadas, mas ninguém faz a conta de que são apenas 12 países que vão às Olimpíadas. São duas vagas diretas nas Américas, sendo que uma delas é difícil demais tirar dos Estados Unidos. E a segunda vaga você briga com Argentina, Canadá, México, Porto Rico e outras seleções que têm um basquete de alta qualidade. Aí você cai para repescagem e tem que enfrentar times como Sérvia, Alemanha, Croácia que são potências e que acabam às vezes ficando de fora. Então o problema eu vejo que está mais não quantidade de equipes que disputam essas vagas pois poderiam ser mais seleções. Não tenho dúvidas de que o Brasil estaria dentro se o regulamento fosse outro”, analisou o treinador do CCP.
No feminino, disse Marquinhos, o Neto vem fazendo uma renovação e apesar do pouco número de atletas ele está conseguindo criar uma nova cultura e resgatar a seleção que já teve tantas conquistas no passado. “Mas isso leva tempo e muitas vezes as pessoas não têm paciência pra enfrentar esse processo”.
Marquinhos está no esporte como treinador há 21 anos e já passou por todas as categorias de base, masculino e feminino, inclusive o adulto do XV. Ele está há 11 anos no CCP e diz ter muito orgulho por comandar uma das melhores equipes do interior. “O meu diretor, Ivo Passini, e a Elisa de Sá, junto com a diretoria do clube, estão na linha de frente sempre buscando e lutando por mais recursos para que eu consiga desempenhar minha função da melhor forma possível”, elogiou. “Meu objetivo é poder colocar o CCP entre os melhores clubes do Brasil na modalidade”, afirmou.