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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) destinará R$ 19,1 milhões a clubes que disputam as Séries C e D do Campeonato Brasileiro, A-1 e A-2 do Brasileiro Feminino, e também para as 27 Federações Estaduais. Segundo a entidade, 140 equipes serão beneficiadas com o repasse para "cumprir seus compromissos com os jogadores e jogadoras durante o período de paralisação do futebol" em razão da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). O repasse às Federações é de R$ 3,24 milhões, sendo R$ 120 mil por entidade estadual. Já o auxílio aos times é equivalente a duas vezes a folha salarial média dos atletas por Divisão, conforme o sistema de registro de contrato da CBF. A distribuição será a seguinte: Série C: R$ 4 milhões para 68 clubes - R$ 200 mil por clube Série D: R$ 8,16 milhões para 20 clubes - R$ 120 mil por clube A-1 Feminina: R$ 1,92 milhão para 16 clubes - R$ 120 mil por clube A-2 Feminina: R$ 1,8 milhão para 36 clubes - R$ 50 mil por clube "O Romeu (Castro), que é supervisor do Futebol Feminino (na CBF) nos procurou e viu a situação dos times. Honestamente, tenho certeza que muitas pessoas pensaram que a CBF não iria ajudar, mas essa gestão tem sido muito responsável com a modalidade. O valor, claro, não soluciona todos os problemas das equipes, mas ajuda bastante", analisou à Agência Brasil Lauro Tentardini, diretor do Iranduba, um dos clubes da primeira divisão do Brasileiro Feminino. A medida se dá uma semana após capitães dos times das Séries C e D pedirem, em carta, apoio financeiro para as agremiações terem como honrar os salários em meio a paralisação. No ano passado, a CBF anunciou uma receita de R$ 957 milhões - quase R$ 300 milhões a mais que em 2018 - e superávit de R$ 190 milhões. "Diferentemente das Séries A e B, as equipes da nossa Divisão não recebem cota, somente o apoio logístico, que a gente cita e agradece. É uma iniciativa de união, com anuência dos presidentes e dos clubes, devido ao impacto econômico da pandemia", explicou à Agência Brasil o zagueiro Danny Moraes, do Santa Cruz, da Série C, antes da CBF anunciar o repasse. "Acho que é uma medida acertada e justa da CBF. Ficou excepcional, a meu ver", comentou à Agência Brasil o advogado Filipe Rino, que auxiliou os capitães da Série D na elaboração da carta. Sobre a outra demanda dos times da Quarta Divisão (manutenção da fórmula de disputa definida para 2020), a entidade esperará o retorno das atividades para decidir. Na última sexta-feira (3), a CBF anunciou a isenção de taxas relativas ao registro de contratos e à transferência de atletas por tempo indeterminado. Segundo a entidade, os clubes terão uma economia de R$ 4 milhões nos primeiros três meses de aplicação. A Confederação também adiantou uma parcela de R$ 600 mil referente aos direitos de TV a cada time da Série B e R$ 900 mil de taxa de arbitragem aos 479 árbitros do quadro - a estimativa, porém, é que cerca de 10 mil pessoas atuem na atividade em Ligas, Federações e Organizações Amadoras pelo País. "O nosso objetivo, com essas novas medidas, é fornecer um auxílio direto imediato. Mas, além disso, temos que seguir trabalhando para assegurar a retomada do Futebol Brasileiro no menor prazo possível, quando as atividades puderem ser normalizadas", declarou o presidente Rogério Caboclo, ao site oficial da CBF. As Séries A, B, C e D ainda não têm previsão de início. Já os torneios nacionais em andamento (Brasileiros Feminino e Copa do Brasil, por exemplo) estão paralisados e, por enquanto, sem retorno confirmado, assim como os Campeonatos Estaduais (exceto o Amazonense, cancelado). A incerteza sobre a continuidade dos Regionais preocupa mais de 80% dos clubes do País, que têm essas competições como a principal - às vezes, a única - da temporada.