Aparelho de ar-condicionado está quebrado e os sistemas de luz e som estão sem manutenção adequada (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)
O Teatro Municipal Dr. Losso Netto, administrado pela Secretaria da Ação Cultural, teria todos os motivos necessários para justificar seu fechamento imediato, com a interrupção temporária de todas as suas atividades: os equipamentos de ar-condicionado estão, na maioria, quebrados, o que torna o clima da Sala 1 'insuportável' no verão e terrível para alérgicos; a faxina do espaço vem sendo feita com irregularidade, porque o contrato com a prestadora do serviço está rompido desde o início de abril; faltam profissionais na equipe para dar suporte às atividades e todos os sistemas de luz e som não recebem a manutenção adequada.
O que justifica o funcionamento da unidade, segundo o secretário da pasta Adolpho Queiroz, é a persistência da classe artística. "Penso que devido à pandemia e ao represamento das atividades do setor por quase dois anos, vivemos um momento especial. Os artistas querem se apresentar. Mesmo o Losso Netto não estando em condições adequadas para receber grande público, os profissionais insistem em levar seus trabalhos ao palco. Por isso estamos trabalhando em parceria, dando suporte às atividades, considerando a realidade de ambos os lados e as limitações objetivas que enfrentamos", explicou.
O diretor do Losso Netto, Rui Kleiner, disse que a agenda da unidade vem sendo modelada para que o teatro passe a desenvolver uma função mais pedagógica e de formação de público ao invés de receber grandes espetáculos, que exijam estruturas complexas. "Esta é a tendência, até devido às limitações existentes, mas já temos para este ano agendada uma média de oito atividades por mês", garantiu.
Klainer observa ainda que há mais um problema que tem exigido soluções caseiras, além da faxina e da função 'faz de tudo' que passou a desenvolver desde que assumiu a função. "O nosso sistema de bilheteria online também está interrompido, porque seu contrato estava irregular e precisa ser reformulado para funcionar corretamente".
Erotídes de Campos
Estes problemas não estão restritos apenas ao Losso Netto. No Engenho Central, o teatro Erotides de Campos também sofre com falta mão de obra para cobrir a agenda semanal e a faxina é partilhada com equipes de outras secretarias. "Temos uma defasagem geral de aproximadamente 23 profissionais na Semac. Dez deles se aposentaram nos últimos anos e ainda não foram repostos. Na gestão anterior, a pasta contava com 25 comissionados. Hoje temos apenas 12 nesta categoria. Há um processo de contratação em curso e em agosto devem começar a chegar os novos contratados, o que se dará de forma gradativa", diz aliviado Adolpho Queiroz.
Ele aposta também que no segundo semestre a pasta começará a viver uma nova realidade. "Além do reforço na equipe, até lá os aparelhos de ar-condicionado do Losso Netto devem estar devidamente recuperados e com manutenção em dia, o mesmo deve acontecer com a contratação de nova empresa para a faxina. Está tudo em andamento. Estamos no momento reféns da burocracia, mas assim que desencantar, teremos um novo ambiente de trabalho", espera.
Fosso sem fim
Há ainda uma questão que precisa ser equacionada no Losso Netto, mas se trata de uma questão que Adolpho prefere adiar, diante de tantos problemas imediatos: o fosso da Sala 1, idealizado para apresentações musicais e operísticas. Pelo fato de ter tido uma concepção precária, não foi concluído até hoje. "O mecanismo central não funciona e precisamos entender melhor o que está acontecendo até para que possamos propor soluções". O secretário destaca que essa pendência vem da administração anterior e devido à baixa demanda do serviço para o fosso, ele tende a ficar para um segundo momento.
