Acostumado com a liberdade de linguagem, ele diz não se preocupar com cerceamento
Fábio Porchat está sempre buscando manter sua presença viva em todas as plataformas (Divulgação)
Fábio Porchat é inquieto. Além de não se limitar como profissional, ele está semrpe buscando manter sua presença viva em todas as plataformas. Na tevê, no teatro, no cinema e na internet, desempenha múltiplas funções e é conhecido por suas tiradas rápidas, seja como ator ou como roteirista. Desta forma, Porchat acaba de assinar contrato de um ano com a Record. "Às vezes, tento não fazer 700 coisas ao mesmo tempo. Faço só 300", brinca, dizendo que a hiperatividade é um traço em sua personalidade. "Fico o tempo todo me policiando para não pegar mais coisas do que consigo dar conta", admite. Na nova emissora, ele vai abraçar mais uma vertente: será apresentador de um "talk show". "É um divisor de águas na minha carreira e no meu posicionamento", afirma. Com pouco tempo de vínculo assinado, ele ainda não teve tempo de pensar em detalhes sobre seu programa. "Não vou me preocupar em reinventar a roda", diz, com simplicidade. Os únicos detalhes já com o "martelo batido" são sobre a produção do programa. Será gravado em São Paulo, com exibição de segunda a quinta, na última faixa da emissora antes da programação da Igreja Universal, e deve estrear depois das Olimpíadas. "Também terá humor, claro, porque é a minha praia", afirma. Fora isso, são só planos e projetos. Para a produção, Porchat conta com Diego Barreto, da Eyeworks, que deve assinar o formato. O próximo passo é ir atrás de uma forte equipe de roteiristas. "Disso não abro mão. Quero dar pitacos e ajudar a escrever o programa, mas acho que ter um time de bons roteiristas é fundamental", argumenta. Segundo ele, tal decisão é para garantir que o "talk show" tenha boas chances de obter sucesso. "É claro que vamos patinar no início. Por isso, temos de estar cercados de pessoas que possam dar boas ideias", justifica. Porchat também afirma que já tem alguns convidados em mente. E não titubeia na hora de dizer quem gostaria que fosse seu primeiro entrevistado. "Edir Macedo, claro", sonha. TV a cabo Com passagens na Globo - como ator e roteirista, em produções que vão desde "A Grande Família" até o "Esquenta!" -, Porchat sempre foi muito assediado pelas emissoras de tevê aberta. No entanto, foi na tevê a cabo que mais se destacou. No Multishow, com "Meu Passado Me Condena", "Tudo Pela Audiência" e "Porta Afora", e na Fox com o "Porta dos Fundos", ele conseguiu mostrar suas facetas e até exibir na tevê o conteúdo que criou ao lado de Gregório Duvivier, João Vicente de Castro e Antônio Tabet para a internet. "Há muito tempo venho recebendo proposta de outras emissoras. E acho que agora veio a melhor delas. Não digo nem financeiramente, mas de espaço", afirma. O motivo é simples: o ator não precisará se desligar de nenhuma de suas outras funções nas emissoras de tevê a cabo ou na internet. "A negociação existe desde setembro. Foi uma novela bíblica para sair", diverte-se. Acostumado com a liberdade da linguagem da internet e da tevê aberta, Porchat jura que não se preocupa com um possível cerceamento na Record. "Não foi imposto nenhum limite ou listas do que é permitido ou não. Além disso, que 'talk show' fala sobre religião?", garante, aos risos. Apesar disso, ele diz ter conversado com outros contratados da emissora antes de assinar o compromisso. "Conversei com o César Filho, Xuxa e Marcos Mion. E todos me encorajaram. Disseram que existe espaço para arriscar aqui, e é isso que eu quero", opina. Com Danilo Gentili no SBT, com Marcelo Adnet ganhando o mesmo espaço na Globo, Porchat acha que a "briga" entre os três vai ser boa. "O Jô Soares é tão grande que precisa de três pessoas pegando o bastão dele. Acho bacana essa nova cara dos programas de entrevista. Pode ser que dê muito errado, mas tem boas chances de dar tudo certo", projeta.